4. Wei Ying

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Wuxian encontrava-se extasiado com a cena que presenciava.
Podia sentir seus batimentos cardíacos mais fortes e altos, se perguntava se os dois presentes conseguiam ouvir.

Yuan sorria enquanto suas pequenas mãos acariciavam o rosto de Hanguang-jun, e esse afagava gentilmente os cabelos de seu filho.

Filho...

Filho?

Wuxian não era a pessoa mais inteligente ou esperta no mundo. Vivia ouvindo Cheng e Huaisang reclamando de sua lerdeza e falta de atenção.

Por conta deste fato, o homem sentado no chão demorou alguns minutos para associar aqueles palavras.

Dada era o pai de Yuan.

Yuan chamou Hanguang-jun de Dada.

Se Dada era Hanguang-jun...

- "Tio! 'Cê 'tá 'sangando!"


Wuxian piscou algumas vezes antes de olhar para baixo. Não era nada grave, apenas uns cortes pequenos nas mãos.

Por um momento o rapaz riu.

"Por que quando cortamos a mão, por mais pequeno que for o corte, parece que você sei lá... matou alguém?"


- "Não é nada, pequeno, haha!" - Wuxian disse se levantando e olhando para o relógio no pulso. - "Deus! Eu 'tô atrasado... Por favor, que A-Qing não coma meu cu com farofa!"


O homem ditava baixinho enquanto procurava algum lugar para limpar as mãos.


- "Vai embora? Assim?"

- "Assim como?"

- "Você não pode ir embora sem cuidar desses cortes. Venha aqui."


Hanguang-jun saiu da sala por alguns poucos instantes e voltou com uma caixinha vermelha nas mãos.

Yuan gentilmente pegou em uma das mangas do sweater de Wuxian e o trouxe para o sofá que estava sentado a minutos atrás.

Yuan, mesmo pequeno, era um cavalheiro. Ele estava com olhos vidrados no tio, o olhando de forma preocupada.

"A-Ning iria amar te conhecer."

Hanguang-jun trouxe uma das almofadas brancas que compunham a sala e sentou-se sob a mesma, de frente para o homem.

Pacientemente abriu a caixa e retirou alguns cotonetes e um potinho de álcool 70.

Hanguang-jun olhou para seu secretário com a mão estendida para ele. Wuxian demorou segundos para entender o que aquele gesto significava.

Ainda envergonhado, estendeu uma de suas mãos, que rapidamente fora limpa e higienizada.


- "Desculpe, não queria tê-lo assustado." - Começou o mais alto, ditando devagar. - "Pode me explicar como isso aconteceu?"

- "Haha não foi nada, de verdade!" - Wuxian sorriu em meio a gemidos dolorosos. - "Eu ouvi algo na sua sala e entrei para verificar. Yuan estava aqui escondido, acho que por estar escuro ele não viu o vaso."

- " 'Diculpa, Dada."


Yuan mantinha a cabeça abaixada e brincava com seus dedinhos na blusa.

O pequeno se sentia culpado pelo tio ter se machucado e provavelmente ter feito o Dada ficar bravo.


- " 'Diculpa, tio."

- "Não foi sua culpa, anjo. Eu estava distraído de qualquer forma. Mas você não se machucou e é isso que importa!" - Sorriu abertamente.


𝙾 𝙵𝙸𝙻𝙷𝙾 𝙳𝙾 𝙼𝙴𝚄 𝙲𝙷𝙴𝙵𝙴Onde histórias criam vida. Descubra agora