OneShot

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Voltei, com mais uma dabishiga curtinha, mais um surto da madrugada!

Pode estar meio confuso ou difícil de entender, estou caindo de sono e nem eu sei direito o que eu tava querendo dizer com isso, mas é o que saiu. Espero que gostem (ou não) shaushau

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É sempre o mesmo. Ambos conhecem o roteiro.

A conversa despretensiosa numa noite insone, uma garrafa de uísque roubada de uma loja qualquer – porque, afinal, precisam culpar algo no dia seguinte – e uma proximidade que eles fingem não ter na luz do sol. É quase um ritual agora.

Só precisa de meia garrafa até Tomura buscar a atenção e o calor do outro. E só mais uma dose para Dabi se sentir ousado o suficiente para deixar suas mãos avançarem pelo corpo magro. Roupas são descartadas e há um colchão velho jogado em qualquer canto da sala ou um sofá meio comido por traças, é desconfortável, mas nenhum dos dois se importa.

E então, quando a névoa de prazer se dissipa, vem o arrependimento.

Tomura fecha os olhos e inspira fundo, seus braços envolvem o corpo muito quente e cheio de cicatrizes, mas seus dedos mal tocam a pele danificada. Tocar sempre foi problema, por motivos óbvios nunca foi uma pessoa muito tátil, mas o peso do moreno sobre o seu corpo é reconfortante agora.

Também faz um formigamento desagradável se rastejar sob sua pele e seu estômago afunda com o pesado de um sentimento que pensou não ter. O arrependimento bate forte quando o tinge, não devia ter deixado as coisas chegarem tão longe.

Ainda assim pressiona o nariz no ombro de Dabi e inspira a mistura de suor, cinzas e carne queimada. Sem nenhuma relutância deixa as mãos quentes o puxarem para mais perto e lábios incompatíveis pressionarem sua pele fina.

No começo tudo era mais leve. As piadas internas, o flerte mal disfarçado, momentos roubados e rápidas escapadas; tudo pela diversão. Pequenas distrações que ajudavam a manter suas mentes longe de todo caos por alguns instantes muito necessários. Era descomplicado e simples.

Só que as coisas mudaram em algum momento no caminho até ali. Depois de Overhaul ou antes dos heróis alcançarem Kurogiri? Tomura não sabe e tenta não pensar muito nisso ou pode acabar tropeçando num sentimento que prefere ignorar.

Mas isso não anula o fato de que ambos veem. Ambos sentem. E ambos se fazem por ignorantes porque é mais fácil negar do que admitir, é menos doloroso assim. Fingir que não percebem é menos complicado.

Eles também entendem que vilões não têm vidas fáceis ou mortes bonitas, que o caminho que escolheram trilhar é sangrento. Levou tempo para Tomura se dar conta disso, mas ainda sente um gosto amargo, feito veneno, encher sua boca sempre que fecha os olhos e lembra de Magne. Vilões não tem finais dignos.

Às vezes, em noites insones, ele gostaria de arrancar esse sentimento do peito feito uma erva daninha e desintegra-lo com decay. Entretanto, nessas mesmas noites ele aceita o calor, o prazer e o conforto que o outro lhe dá.

Piscando lentamente Tomura o deixa se afastar e os olhos vermelhos encontram os azuis. E Dabi sabe, entende, porque é o mesmo para ele. A ideia desse sentimento os assombra, mas com um aperto firme e dedos cuidadosos ele o puxa para baixo e o beija.

Os beijos de Dabi tem gosto de bebidas destiladas, cigarros e cinzas, é persistente e forte, quase desagradável. Tomura acha que combina bem com esse sentimento.

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Então, o que acharam?

Basicamente isso é sobre o Tomura ter pensamentos complicados sobre gostar do Dabi. Um tipo de gay panic? Talvez. Não sei. Só espero fazer sentido pra alguém pelo menos.

~Kissus da Taimatsu~

Fumaça e CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora