Capítulo 18

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P.O.V Lizzie

—Você mente bem demais Jhonny, isso me preocupa.—Falei rindo.

—Ué se eu falasse que queria ser um jogador de futebol ele me expulsaria da mesa.—Falou se sentando ao lado de sua mãe.

Estávamos na casa dele.

—Jhonny advogado, eu gostaria bastante mas como ele não quer eu tenho que fingir que concordo com a profissão dele.—Tia Vânia falou e Jhonny a olhou incrédulo.

—É assim que você me ama mãe?—Cruzou os braços.

Dramático nem um pouco.

—Eu gosto mais da Lizzie do que de você.—Tia Vânia falou.

—Isso é culpa sua!—Jhonny falou se levantando e vindo na minha direção.

—Ei eu não fiz nada sai daqui.—Falei indo pra outra ponta da mesa.

—Você tirou a minha mãe de mim Lizzie, você vai pagar!—Começou a correr na minha direção.

—SAI JHONNY ISSO DE NOVO NÃO!—Gritei correndo pela casa.

—VOCÊ TIROU TUDO DE MIM AGORA EU VOU TIRAR TUDO DE VOCÊ!—Jhonny gritou.

Eu subi as escadas correndo voltei tentando me desviar de Jhonny.

Mas Jhonny acabou tropeçando e acabou me empurrando sem querer.

Com o impacto eu caí no chão bem em cima do meu braço.

Ouvi um estalo e meu braço começou a doer.

Jhonny veio rindo na minha direção.

—Se machucou?—Perguntou ainda rindo.

—Eu acho que quebrei o braço.—Resmunguei.

Estava uma dor insuportável, eu não conseguia mover o braço.

—Não brinca com isso Lizzie.—Jhonny falou sério.

—Eu não tô brincando Jhonny!—Gritei.—Tá doendo muito...

Eu comecei a chorar.

—Ai merda...MÃE TEMOS QUE LEVAR A LIZZIE NO MÉDICO!

[...]

—Quanto tempo no gesso?—Tia Vânia perguntou para minha mãe enquanto saíamos do hospital, Jhonny não havia dito nada, sua cara de culpa estava nítida.

—Um mês e meio, foi uma fratura bem feia, mas Lizzie tem uma cicatrização boa...Vai passar rapidinho.

Todos entramos no carro em silêncio.

Jhonny mantinha seu olhar preocupado.

Quando cheguei em casa eu fui tomar banho com ajuda da minha mãe, já que não podia molhar o gesso.

Jhonny chegou logo em seguida com uma sacola cheia de chocolates e balas, se sentou em minha cama sem dizer nada.

—Vou deixar vocês conversarem.—Minha mãe falou saindo e fechando a porta logo atrás dela.

—Olha, chocolatinho.—Brinquei pegando a sacola da mão de Jhonny.

Jhonny tinha um olhar triste e preocupado.

—Jhonny o que foi?—Perguntei.

—Eu sinto muito Liz, eu não queria te machucar eu juro...—Jhonny olhou nos meus olhos, seus olhos castanhos estavam lacrimejando, ele estava quase chorando.

—Jhonny não foi culpa sua...Não precisa pedir desculpas.—Falei sincera.

—Eu não queria ter te empurrado...Eu tropecei e...

—Jhonny, tá tudo bem...Deita aqui vem...

Estiquei minha perna e sinalizei para Jhonny deitar em meu colo.

Ele deitou e eu direcionei minha mão até seu cabelo e comecei a fazer carinho.

—Não foi culpa sua, tá tudo bem.—Falei.

—Você está com o braço engessado Lizzie isso não é bom.

Revirei os olhos.

—Lembra quando estávamos na sua casa e eu sugeri que a gente ficasse deslizando de meia e aí você bateu a cabeça na mesa e teve que dar cinco pontos?—Falei.

Crianças de oito anos fazendo merda, entenda o caso.

—Lembro...—Jhonny falou me olhando.

—E eu fiquei te pedindo desculpas, que eu não devia ter sugerido a brincadeira.O que você disse pra mim?

—Que não era sua culpa porque eu era um bobão burro e devia ter tomado mais cuidado.—Jhonny respondeu rindo.

—Viu...Não é sua culpa porque eu sou uma bobona burra e devia ter tomado mais cuidado.—Repeti as palavras dele sorrindo.

Jhonny riu.

—Mas você me desculpa, de qualquer forma?—Perguntou.

—Claro Jhonny.—Sorri de volta e toquei a ponta do nariz dele com meu indicador.—Sem contar que eu até gostei, acho as cores desse gesso tão inspiradoras e vivas que me deixam impressionada.—Ironizei admirando o gesso.

—São de fato muito inspiradoras e belas, uma ótima escolha de cores.—Jhonny continuou.—Vai combinar com qualquer roupa, última moda do natal em Paris.

Continuamos rindo e então minha mãe apareceu com dois potinhos de sorvete pra mim e Jhonny.

Depois de comermos Jhonny voltou a se deitar em meu colo.

—Posso assinar?—Perguntou apontando para o gesso.

—Claro, tem uma caneta permanente na minha mochila, pode pegar.

Jhonny foi até minha mochila e pegou minha bolsinha trazendo a caneta permanente junto com ele.

Sentei na cama com perninha de índio e Jhonny se sentou em minha frente fazendo o mesmo e logo em seguida, com o maior cuidado do mundo começou a escrever no gesso.

—Você tá cheirosa, tomou banho hoje?—Perguntou em tom brincalhão.—Hoje nem é sábado.

—Minha mãe me obrigou, foi uma luta difícil mas eu consegui resistir até o final.

—Guerreira.

Rimos de novo.

—Eeeeeee...Pronto—Jhonny falou tampando a caneta logo em seguida.

Assim que terminei de ler eu sorri.

—A forma na qual você é fofo me encanta.—Ri.

—Eu sou demais, eu sei.—Se gabou e guardou a caneta.

No gesso estava escrito...

Do seu lindo, maravilhoso, gostoso e único (porque se tiver outro eu mato você e ele)
melhor amigo.
Desculpa pelo gesso.
Eu te amo❤️
Minha flor de Liz.

"Minha flor de Liz."

—Come um chocolatinho bem, come...—Jhonny direcionou um bombom até minha boca.

—Ok vovó Juju.—Falei.

—Eu falei igualzinho ela né?—Jhonny riu.

—A mesma coisa.—Ri.

—Vamos assistir Irmão do Jorel?

—Coloca lá.

Jhonny sorriu e se levantou, ligou a TV, se deitou em meu colo novamente, colocou o desenho.

E ficamos assim até dormirmos.

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