The Surfrider

capítulo 1

O mar calmo, o barulho da maré...
Nada melhor que um dia tranquilo no mar, as crianças correndo na areia e as mães que só vem atrás de homens, correndo atrás delas. Todo mundo feliz, pegando onda e seguindo a vida, e eu fazendo oq eu mais gosto, surfar.

Bom na verdade não está EXATAMENTE assim.

O mar está agitado, as ondas estão grandes e perigosas, não tem crianças na areia, a praia está vazia e sem vida. Estão todos em casa se preparando pro furacão que está prestes a passar por The Surfrider.

Eu? Eu estou no mar. Talvez eu morra por isso!

O furacão Biden chega essa noite, isso significa que está uma desordem na cidade, fecharam tudo, só os supermercados e hospitais estão abertos.

–EMYYYYY, EU JÁ TE PEDI INÚMERAS VEZES PRA GUARDAR AS PRANCHAS E VOCÊ TÁ NESSA AGUA –bom essa é a Liana desesperada porque nada está saindo como o planejado — E SAI DESSA AGUA SUA DOIDA, ESTAMOS PRESTES A PASSAR POR UM FURACÃO, NÃO DIFICULTA MINHA VÍDA.

Liana é minha melhor amiga, ela está passando as férias aqui em The Surfrider enquanto as aulas na faculdade dela não retornam, isso significa que eu tenho que lidar com uma doida por volta de  24 horas por dia.

—Já vou, não precisa me matar por isso —disse saindo do mar com a prancha em mãos.

Liana é alta de cabelos negros, dona de uma beleza surreal. A mesma estuda moda em uma faculdade no centro de Malibu, isso significa que  ela irá embora no final do verão. Infelizmente (ou felizmente).

—Stefanini está dormindo, Maitê está fazendo Yoga e você está surfando. Vocês por acaso esqueceram que estamos presentes a enfrentar um furacão? — Stefanini e Maitê são minhas outras amigas, somos quatro doidas no total.

—calma Liana —disse pegando minhas coisas na areia e indo em direção a nossa casa que ficava a alguns metros da praia—está tudo sobre controle,nossa casa já está protegida, já tiramos tudo do jardim, as bicicletas já foram colocadas na garagem e a piscina já está coberta. Não tem com o que se preocupar.

Por incrível que pareça éramos as mais organizadas do bairro, os vizinhos ainda estavam cobrindo as janelas, os lixos e enfeites ainda estavam do lado de fora, uma tremenda bagunça.

—Oque tá pegando? — Maitê surge do nada  com uma maçã na mão —Porque tá com essa cara de morta, Liana?

—Não estou com cara de morta, engraçadinha—Maitê é a mais nova do grupo, ela e Liana nunca se deram muito bem, mas se aturam —Estou apenas preocupada pois ninguém está se importando com o furacão que está chegando.

—Ai relaxa, vai dar tudo certo —Maitê sempre foi a mais "tanto faz" do grupo, estuda biologia marinha. A mesma é baixa de cabelos loiros e olhos verdes, não surfa,não pratica nenhum esporte, a única coisa que sabe fazer é comer e dormir.

Eu por outro lado nunca fui muito quieta, sempre gostei de me movimentar e praticar esportes, como vôlei, futebol, queimado, entre outros.

Como estamos em tempos de furacão nossas quadras e ginásios estão fechados nos impossibilitado de jogar. Isso é um problema porque não gosto de ficar parada por muito tempo, como costumam dizer "Emmy é ligada nos 220".

Hoje o dia está horroroso, todo nublado e parece que vai chover. Tenho que sair pra comprar algumas coisas que ainda faltam pra caso ficarmos pressas em casa por muito tempo.

Então logo tomo um banho e me visto com minha linda calça moletom azul claro com corações brancos , que minhas amigas insistem que é pijama, mas pra mim é moletom.

—Meninas estão precisando de algo? Estou indo ao supermercado fazer as últimas compras. —falo entrando no quarto onde Maitê, Liana e Stefany estão.

—Eu quero doces, muitos doces—Maitê  sempre pede pra comprar doces e depois fica reclamando que está gorda.

—Eu preciso de absorventes—Stefany é atípica garota que nunca tem absorventes reservas e sempre precisa sair correndo pra buscar.

Depois de pegar minhas coisas vou em direção ao supermercado, não fica muito longe da nossa casa. Ouvi dizer que uma nova família se mudou pra The Surfrider a uma semana e comprou o supermercado.

As ruas cheias de palmeiras são escantadoras, nunca fui de ficar reparando no que acontece em minha volta. Mas é impossível não se encantar por essas ruas, todas pintadas e bem iluminadas, com várias artes em suas paredes.

Faz cinco meses que me mudei pra The Surfrider para poder fazer minha faculdade de biologia marinha, e faz exatamente cinco meses que quero tirar fotos nessas paredes mas nunca que me lembro de trazer minha câmera.

Assim que viro a rua já me dou de cara com o supermercado, ele é bem grande e ocupa os dois lados da rua, infelizmente ele está bem lotado então creio que demorarei um bom tempinho pra conseguir comprar tudo.

Minha lista não é grande mas também não é pequena, são apenas o essencial para passar alguns dias sem sair de casa.

Normalmente fazemos as compras pelo site  e eles levam em nossa casa, mas como a cidade está uma bagunça, os funcionários não estão dando conta de atender no supermercado e levar em casa.

—Moça, você pode me dizer por gentileza onde fica os utensílios de limpeza? —perguntei me aproximando de uma garota que estava atendendo no caixa, na verdade ela estava conversando com alguém no celular em vez de atender.

—Tá vendo aqueles caras ali vestidos com uma camisa branca que tem um nome bem grande nela, escrito "ATENDENTES"?Então,é pra eles que você pergunta. —Ela disse e logo voltou a conversar no celular.

—Eu hein, menina mau humorada— eu fico me perguntando, se não gosta de atender pessoas então porque trabalha como atendente? Hipocrisia.

[°°°]

Faz meia hora que estou procurando as coisas, já consegui basicamente tudo, só falta o absorvente que Stefany pediu, acho que esse encontro no terceiro...

—AIIIII CUIDADO —digo assim que um atendente bate em mim com tudo fazendo todas as minhas compras caírem no cão.

—Desculpa, Desculpa —o mesmo em vez de me ajudar a levantar e recolher todas as coisas que derrubou,  não, ele saiu correndo e me deixou caída no chão.

Tá de brincadeira com a minha cara.