•Going to Heel•

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Amanheci com dor de cabeça, acho que a briga de ontem com minha mãe deve ter sido a causa, e pelo o visto a história do ''você irá para o internato amanhã a tarde'' não era um pesadelo.

Eu achava que esse ano não podia piorar, e derrepente a vida mostra que SIM tem como.

Já são 14:00 e eu nem arrumei minha mala, e sinceramente não estou com vontade, por mim eu iria sem roupa e sem nada, provavelmente me jogaria do trem na primeira parada, mas acho que amo demais minha vida pra fazer isso.

-Não vai arrumar sua mala filho?- Anne pergunta encostada na beira da porta com uma mão no trinco- o trem saí as 15:30, se ficar de enrrolação vai perder.

Mal sabe ela que essa é minha intenção.

-Okay, então busca o ferro de passar pra mim?- digo tentado sorrir-Tenho umas roupas amaçadas pra passar.

-Claro-ela diz e sai logo em seguida.

Após alguns episódios de Gosspid Girl Anne aparece do nada com um ferro de passar. E WOW esse ferro deve ser mais velho que eu.

-Só por curiosidade. A quantos anos você tem esse ferro aí?

-Ha ha ha, engraçadinho-diz fazendo uma careta- ele foi um presente de casamento que ganhei de sua tia, porém funciona melhor do seus neurônios.

-Besta!- digo dando risada e faço ela sorrir também.

Eu não fazia ideia do quanto sentia falta disso, desse sorriso, desse amor, amor de mãe.

-Obrigado mãe

-Pelo o que?- ela diz deixando o ferro na beira da minha cama.

-Pelo ferro e...-respiro fundo- Você sabe...

-A sei? - Anne pergunta com seu tom debochado de sempre- ok filho, de nada, agora  VAI se arrumar Edward.

AAAAAH! Odeio quando ela me chama assim.

Demoro uns 30 minutos para passar as roupas que precisava e nisso já são 14:55, e ainda tenho que tomar banho e separar o restante das coisas, isso se eu realmente não for pular do trem...

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Quando desço pro andar debaixo me deparo com uma sexta enorme no sofá, uma sexta cheia de comida, o que demoro um pouco pra identificar pois tem muita coisa ali dentro...
Balas, chips, chocolates. Suco? Ok.

-O que é tudo isso Dona Anne?

-Ah isso? Isso é sua sexta uai, não vou deixar você passar fome naquele lugar.

-Mas mãe isso é muita coisa, como eu vou andar com uma sexta desse tamanho e ainda carregando todas as minhas malas? -eu digo como se tivesse vaaaarias malas.

-Olha aqui Harry, você meu filho tem 16 anos, está em fase de crescimento e ainda tem esse capacete na cabeça que você chama de cabelo, então sim você VAI levar essa sexta. Entendido?

Capacete? Qual é, isso aqui é estilo,  mas ela não sabe disso.

-Okay DO.NA ANNE.

-Bom menino.

As próximas horas são um inferno, basicamente eu fico sentado nesse sofá enquanto minha mãe vem com todo esse papo de ''Se tiver festa não beba'' ou ''Não vai cheirar maconha Edward'' e o mais bobo de todos ''Cuidado com os meninos, alguns são meio pervertidos''. Bom....Com isso eu vou tomar cuidado.

-Okay, Okay mãe, esse papo de cheirar maconha e tudo mais está ótimo, de verdade, mas já são 15:00 e a estação é longe -falo como se estivesse preocupado em perder o trem- Então vamos?

-Claro filho, deixa só eu pegar minha bolsa.

-Ok.

Quando chego na estação, me deparo com várias pessoas. Centenas de pessoas com malas de todos os tipo. O que me chama mais atenção é um homem, bem alto de cabelos grisalhos e paletó amarelo. Tipo, quem usa paletó amarelo hoje em dia? Mas ele também estava com uma mala lilás, bom eu admiro pessoas que não tem medo de ser elas mesmas, mesmo em uma sociedade meio problemática. Mas quem sou eu pra julgar? Estou usando um suéter vermelho e calça jeans azul, e ainda carregando uma sexta enorme de comida, no mínimo essas pessoas devem estar pensando que sou passa-fome.

-Bom filho, acho que é aqui onde nos despedimos- Anne diz com os olho marejando- vou sentir saudades Edward.

-Por incrível que pareça eu acho que vou sentir saudade de você me chamando de Edward- digo soltando uma risada de canto- Mas daqui seis meses eu estou de volta, certo?

-Certo- ela diz dando um beijo demorado na minha testa junto com um abraço- te vejo daqui seis meses meu filho.

Entro na ala de embarque indo em direção ao meu trem. O trem que vai me levar para longe de minha casa, longe de minha vida. Por mais que eu ame minha mãe nunca vou entender o porquê dela estar me mandando para Skyhouse.

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