Éra uma vez...

°03°

Beatriz Alcântara. 💙

– Não é querendo me intrometer nem nada do tipo. – Disse a clara, – Mas cê eu fosse você pediria pra sua irmã colocar uma roupa mais fechada.

– Por que ? – Perguntei, direcionando meu olhar para a mesma.

– Os homens aqui do morro são sem noções, e pelo pouco que você me contou sobre ela, acredito que pra ela não sofrer mais traumas com olhares e brincadeirinha seria o ideal. – Respondeu ela.

Direcione meu olhar para minha irmã que estava sentada em frente ao espelho penteado seus belos e longos cabelos loiros.

– Isa. – Chamei sua atenção que me respondeu com um pequeno sorriso. – Você não acha melhor colocar uma calça? – Perguntei com certo receio, odeio ter que ensinar minha irmã a se vestir por culpa de homens que não sabem respeitar uma mulher. – Você sabe como é né, a gente não conhece as pessoas daqui, eu vou colocar uma calça também, assim a gente sai combinando, que tal? – Perguntei passando minhas mãos sobre seus longos fios loiros, ela respondeu um " sim " em forma de aceno.

– Estão prontas? – Perguntou Clara, acenei com a cabeça confirmando, e então olhei pra Isadora esperando alguma reação dela que me lançou um sorriso em forma de me tranquilizar.

Hoje decidimos ir dar uma volta pelo morro, Clara quem deu a idéia, disse que se queríamos uma vida nova precisávamos começar a se socializar com a galera, eu no começo achei uma idéia péssima, mas ela ficou me enchendo até eu dizer que sim.

Caminhamos em direção a uma praçinha que fica em frente à nossa casa, já de vista meu olhar passou sobre o lugar observando diversos grupos diferentes de pessoas, algumas crianças brincando de bola, esconde esconde, outros adolescentes andando de skate em uma pequena pista que tinha mais pra frente, várias mulheres e homens dançando ao som de um pagode que tocava nos carros.

Mas meus olhos pousaram mesmo sobre uma rodinha de homens sem camisa com fuzil estendido sobre seus corpos bebendo e jogando risadas pro ar.

– Vamos sentar aqui. – Disse Clara, sentando numa mesa em frente ao grupo de homens. – Aqui tem uma vista ótima menina, você nem imagina. – Disse olhando pra mesa na nossa frente, soltei uma risada achando graça da forma que ela falou.

– Aqui é bem movimentado né. – Falei olhando pra vários grupos de pessoas que estavam ao nosso redor.

– É assim todo dia, só que piora ainda mais no final de semana. – Respondeu Clara chamando o dono do bar. – Trás o mesmo de sempre e uma coca-cola. – Pediu simpática se virando pra mim novamente.  

Senti a Isadora segura firme minha mão por debaixo da mesa, então olhei pra ela tentando decifrar o que ela estava querendo dizer.

– O que foi, isa? – Perguntei assustada, ela estava olhando firme pra mesa na nossa frente, acompanhei seu olhar e vi que um homem estava encarando ela na cara dura mesmo. – Clara, quem é aquele homem? – Perguntei.

– A, aquele é o GG, irmão do dono disso tudo aqui, as más línguas dizem que esse homi não presta. – Respondeu ela abrindo a garrafa que o moço tinha acabado de colocar sobre a mesa. – Mas nesse morro ninguém presta, então fica tranquila.

Eu não sei cê ela quis ajudar ou piorar toda a situação, mas mesmo assim lancei um olhar confortante pra isa que me retribuiu com um sorriso. Logo após isso ficamos bebendo e conversando até altas horas.