Amantes

Two

Entrando em seu apartamento que divide com jimin, o jeon entra sem fazer barulho algum, com receio de acordar o park.

Depois de sair da casa que comprou para Taehyung, jungkook não voltou para seu apartamento. Na verdade, ele foi afogar suas magoas em um bar. Nunca tinha bebida tanto quanto bebeu essa tarde. Agora ele queria muito matar o seu amigo, seokjin, esse que lhe falou que a bebida o faz esquecer de tudo.

O moreno se joga no sofá da sala, assim voltando a pensar no que lhe levou à beber.

Desde o começo, jungkook soube que daria muita merda se caísse no papo de seu aluno, mas ele não resistiu. O kim era um aluno adorável, mas que amava provocar. Em toda aula que tinham juntos, o loiro fazia questão de mostrar que estava mais que interessado no professor.

Mas jungkook prometeu à si mesmo que, em hipótese alguma, iria dar bola para às provocações de Taehyung. E quando se deu conta, ele estava na sala de aula, enquanto fodia seu aluno na mesa.

Nem percebeu que, com o tempo que ficavam, seus sentimentos estavam mudando em questão do mais novo. O sorriso retangular o fazia sorrir, suas provocações o faziam rir, as brincadeiras bestas o faziam rir.

Ou seja, o kim já estava sendo o motivo de seus sorrisos.

Mas aí, jimin vinha em sua mente. Todos os anos de sua infância com o baixinho, as brincadeiras, os conselhos. Mas seu coração não acelera como antes.

Jimin sofreu bastante na infância e adolescência; A morte de seus pais, os traumas que até hoje tem, o abandono de sua tia.

Jungkook sabia que ver os pais morrerem não foi a melhor visão que o park teve, assim, o assassino sendo seu próprio tio, irmão de sua mãe. O park confiava muito no tio, mas quando percebeu, esta confiança foi inútil. Depois daquilo, alguns anos depois, sua tia lhe abandonou. Foi em busca de um homem, por quê não aguentava mais cuidar de um louco; palavras da própria mulher. O park passou à confiar, apenas, em jungkook. Não o largou mais. Então, eles começaram à namorar. Naquele tempo, os dois se amavam muito. Claro que o relacionamento tinham os autos e baixos, mas durou. Durou doze anos.

Jungkook não percebeu quando lágrimas começaram à molhar toda suas bochechas. Lembrar de tudo lhe dava náuseas.

Taehyung cuidaria dele, neste momento, como nunca foi cuidado.

— Jungkook? — O moreno leva seu olhar para a entrada da sala, vendo jimin com um pijama amarelo.

O jeon não tinha percebido, mas o park estava o olhando há algum tempo. Viu quando ele se jogou no sofá, assim como o viu chorar. Mesmo não sabendo do que se tratava, o rosado percebeu que no olhar de jungkook carregava dor e aflição.

— Você bebeu? — O rosado pergunta, se aproximando do jeon.

— Só um pouquinho. — Disse, limpando suas lágrimas.

— Por que choras?

— Não é nada, jimin. Não precisa se preocupar.

— Não preciso me preocupar? — Senta ao lado do maior. — Você está atordoado. Por favor, me conte o que te machuca.

— Não posso. — Baixou a cabeça.

— Jungkook, você nunca escondeu nada de mim. Nada, mesmo. E olha só. — Aponta para o corpo do moreno. — Você está bêbado. Não esquecendo que mentiu pra mim, falando que estava comprando presentes para seus alunos. Tem noção disso?

— Jimin, por favor, minha cabeça está doendo e eu estou deveras cansado. Podemos falar sobre isso, mas só depois que eu descansar. — Disse, levantado do sofá e indo até seu quarto.