II

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As ruas de Itaewon se encontravam bastante agitadas. Pelas ruas transitavam de forma demasiadamente calma para a frenesi de transeuntes que estavam por toda a parte, carros, motos e todos os tipos de veículos costumeiros de um bairro em constante movimentação. 

Em meio àqueles carros estavam os garotos e garotas que almejavam por uma noite de diversão, que se achavam ali em busca de algo que não os deixasse cair, afundar, naufragar; eles queriam uma âncora, desejavam por algo que os mantivessem firmes, mesmo que somente por uma noite.

Com o brilho esclarecedor da lua que se fazia presente juntamente com as estrelas que poderiam cegar os olhos, perdidos, se esse ousasse duvidar de sua majestade astronômica; Hyunjin observava tudo minuciosamente pela janela do carro. Seu antebraço direito repousado na janela enquanto seu queixo também se encontrava repousado em seu braço.

Ele observava as pessoas transitarem; umas caminhavam tranquilamente pela calçada com suas bolsas nas costas ou em volta do braço, pastas nas mãos, fones nos ouvidos e celulares nas mãos. Outras andavam apressadas, quase que agressivamente com seus pés "esmagando" o concreto que havia debaixo de si, com celulares postos próximo ao rosto, feições nada gostosas e corpos um tanto cansados e pesados; esses também com pastas e sacolas de papelão em mãos. 

De alguma forma, essas pessoas pareciam muito perdidas em seu próprio mundo.

Suspirando, Hyunjin percebeu que Minho estava estacionando o carro em uma parte mais tranquila e afastada daquela multidão de pessoas em uma rua que nem parecia ser tão grande.

— O que vamos fazer? – Perguntou como quem não queira nada, descontraído o suficiente para não perceber o olhar constante de Minho em si. — O que foi? – Interpelou de repente assim que tirou seus olhos da janela que vislumbrava uma loja de conveniência parcialmente vazia. — Tem algo no meu rosto? – Apontou para o próprio rosto involuntariamente.

— Beleza. Muita beleza… – Sussurrou quase inaudível, e se aproximando aos poucos, se viu rente demais ao rosto angelical de Hyunjin. Seus olhos se encontraram, os segundos pareciam tão longos e maçantes que apertavam o peito de ambos e um calor desconhecido percorria a espinha. Se dando conta do tempo que passava e tensão que se estendia, se desvencilharam do olhar profundo chacoalhando a cabeça levemente. — Desculpa… eu n-não… – Tropeçando nas palavras, gaguejou, fechando os olhos fortemente e os abrindo no mesmo instante.

— Tudo bem…

Minho percebeu e conseguiu sentir a leveza emanada pelas vibrações do corpo de Hyunjin. Era algo tão novo, mas tão palpável que lhe causava sensações um tanto exóticas. Era algo magnífico.

— Você não vai se arrepender de ter escolhido viver por mais essa noite. Eu te prometo… – Já fora do carro, Minho piscou para Hyunjin que sorriu largamente, seu sorriso tímido à mostra enquanto ele abaixava a cabeça e negava levemente. — Vem… vamos viver! – Fazendo menção com a cabeça, fez Hyunjin o seguir até a loja de conveniência.

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Minho se sentia receoso. Ele mantinha consigo aquele exacerbado receio de demonstrar os seus reais sentimentos. Suas emoções raramente se misturavam com eles, e por esse motivo, era um mistério o que se passava por aquela mente. Se tornava impossível saber o que seu coração sentia.

Hyunjin parecia atento, atento a tudo que acontecia ao seu redor; desde uma música clássica vinda de alguma loja situada naquela rua, às rodas dos carros rasgando o asfalto. Com o vento batendo agressivamente em seu rosto, ousou se virar e olhar o ser menor que si que caminhava ao seu lado.

Ele não entendia. Há alguns segundos Minho parecia certo e confiante em relação ao que estava fazendo. Mas agora, ele parecia um peixe fora d'água.

Forty-two | hyunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora