Poesia e café

Cela

Acordei sentindo o chão frio congelar minha pele,
me encolhi tentando diminuir o frio que tomava conta de todo o meu corpo.
Alguns minutos depois ouvi o barulho do metal sendo arrastado, era dia de visita.
A ultima tinha sido dias atrás, quando ela veio e riu dos traços que eu tinha feito nas paredes.
"Você nunca vai sair daqui", ainda conseguia ouvir a sua voz ecoando nas paredes.
Não tinha mais forças nem mesmo para tentar fugir dali,
ela sentou ao meu lado e com um sorriso cansado me disse que também não aguentava mais,
e que agora também viveria naquela prisão.
A prisão que criamos pra esconder minhas versões, parece que é hora de uma nova assumir
Dizem que a terceira é a da sorte...

A.J. Araújo