Mais uma semana se sucedia no mesmo estado de negação, sua mãe seguindo em frente e voltando a ser feliz com outra pessoa, porém em sua cabeça não fazia sentido aquilo pois era como se sua mãe tivesse esquecido dele. As coisas realmente estavam começando a piorar, ela não era uma mãe ruim muito pelo contrário, estava muito preocupada com o estado da filha que se mantinha trancada no quarto.
-Filha...-disse a mãe batendo na porta, sua voz estava um pouco falha devido a um tempo chorando.
-O que quer rainha do gelo? -respondeu a garota num tom de deboche.
-Já conversamos sobre isso, seu pai morreu e tudo o que podemos fazer é seguir em frente. Mostrar a ele que mesmo que ele tenha ido, somos fortes e podemos ser felizes, que apesar de sentirmos falta sempre teremos recordações especiais ao lado dele e que elas serão nossa motivação pra viver novamente...
-Seguir em frente é um coisa, agora colocar aquele cara no lugar dele é imperdoável. -por um breve momento pode se ouvir um soluço baixo vindo do lado de fora do quarto.- você esqueceu dele, por favor me deixa quieta...
Não houve resposta vinda da mulher, por mais que doesse no fundo de sua alma, tudo o que poderia fazer era a deixar num momento.
"Mamãe havia me buscado aquele dia na escola e por algum motivo ela esta mais feliz que nunca! Fazia muito tempo que não via ela tão radiante quanto aquele dia.
Assim que papai chegou, os dois foram direto pro quarto conversar enquanto que eu fiquei na sala apenas esperando os dois. Alguns minutos depois, papai saiu e veio até mim pedindo que eu fosse lá pra cima que a mamãe iria me arrumar pra sair, não era algo tão normal sairmos assim no meio da semana, mas corri para o quarto assim que ouvi a palavra "sair".
Fomos a diversos lugares antes de pararmos em um restaurante que já tinha ouvido mamãe dizer que era seu favorito, aquela tarde estava mais que perfeita. Meus olhos brilharam ainda mais ao ver mamãe e papai mais próximos, sem brigar ou estarem emburrados um em cada canto.
Assim que a noite caiu fomos pra casa, uma caminhada repleta de risos e momentos mais fantásticos que as memorias formadas pela tarde incrível. Contudo nem tudo são rosas, enquanto meus pais estavam na sala dormindo com a tv ligada, podia jurar que ouvi algo na garagem e como uma criança curiosa e ingênua segui os sons do que parecia ser um gato. Foi essa ingenuidade que me fez descobrir coisas horríveis de uma forma traumática por assim dizer, pois assim que cheguei na garagem que era da onde vinha aqueles barulhos, meu corpo parou, era uma coisa feia e sem forma, seus olhos era grandes e vermelhos, podia ver a boca do monstro salivar enquanto olhava pra mim.
Não sabia o que fazer, o medo havia tomado meu ser, estava paralisada, até que ele veio como seus olhos fixos em mim. Fechei os olhos na intenção que aquilo fosse minha imaginação infantil e que assim que abrisse os olhos novamente ele sumisse, senti meu corpo ser levantado do chão o que me fez apertar mais os olhos ainda mais assustada, ate que ouvi sua voz, era meu pai. Abri os olhos lentamente e me deparei com o rosto dele denunciando horror, ele podia ver o mesmo que eu, aquilo era loucura, não era algo da minha cabeça? Então como o papai ta vendo esse bicho? Antes de tudo escurecer a última coisa que ouvi foi um "eu te amo" e um grito assustador.
Acordei no hospital com alguns arranhões e machucados na cabeça e desde aquele dia tudo se tornou diferente, me sentia observada e podia ver o que mais ninguém via, "monstros" e coisas que crianças pequenas consideravam como amigos imaginários, porém nunca contei a minha mãe por medo dela me achar louca e me fazer tomar remédio ou passar pelos médicos de gente maluca.
Passei a ter terrores noturnos, além de diversos episódios de ataques de pânicos, principalmente quando tudo estava escuro. Aquela noite que meu pai se foi se tornou o dia que minha felicidade se foi."
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𝒜𝑛𝑑 𝑛𝑜𝑤 𝑤𝑒'𝑟𝑒 𝑗𝑢𝑠𝑡 𝑓𝑎𝑙𝑙𝑖𝑛𝑔 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑡
Paranormal"Como uma noite calma de primavera, seus lábios tocaram aos dele, uma explosão de emoções encheu seu peito..." ----------------------------------------------- Sophie não sabia explicar o porque conseguia ver aquelas coisas, nem ao menos poderia dize...