Dois

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Passados uns longos minutos estava a sair do Hospital. O médico pediu-me para avisar o meu pai que precisava que ele se dirigi-se ao Hospital para tratarem de alguns papeis,acho eu, sinceramente nem ouvi muito bem o que ele disse. Apertei o casaco sentindo o vento frio que se fazia sentir em Londres nesta estação do ano. Era inverno, e como sempre em todos os anos, um inverno rigoroso. 

Olhei em volta tentando encontrar a paragem mais próxima de autocarros, conseguindo localizá-la segundos depois, pois o autocarro que eu teria que apanhar para voltar para casa estava neste momento a sair. Soltei um suspiro, sentindo ainda pequenas lágrimas formarem-se nos meus olhos, como é que é possível tudo de mal me acontecer?

Decidi não esperar pelo próximo autocarro. Caminhei assim até á estação de metro no fundo  da rua. O hospital não era muito longe de Oxford, daí a confusão que se gerava nas ruas, bati contra cerca de 10 pessoas. Caminhava solitária no meio da multidão, sinceramente naquele momento era mesmo solitária que eu queria estar, e rezava a Deus para que o meu pai não estivesse em casa quando eu chegasse.

 Passei o meu cartão pela máquina que dá acesso ao metro, desci a grande escadaria, deparando-me com um cartaz informativo que avisava que a Jubilee Line  estaria fechada até Finchley Road.

Rolei os olhos e segui até Bakerloo line, onde iria ficar até Baker Street , e depois trocaria para o Metropolitan line até chegar a Finchley Road, onde iria apanhar a minha linha de metro até chegar a Willesden Green, o local onde eu morava.

A minha casa era 15 minutos a pé, mas andar era tudo o que menos me apetecia fazer neste momento, portanto passei para o outro lado da estrada e apanhei o autocarro 9, chegando assim muito mais rapidamente a casa.

Meti a chave na porta rodando-a 3 vezes para a abrir. Assim que entro dentro da minha habitação subo as escadas e assim que chego ao topo deparo-me com o meu pai sentado no sofá, com uma garrafa de vinho na mão e com uma mulher qualquer ao colo.  Sinto as minhas lágrimas invadirem o meu rosto outra vez, olhei-o de novo sentindo o meu rosto molhado. Senti uma enorme fúria crescer dentro de mim. Dirigi-me a ele e , com uma certa distância, gritei:

-A MÃE MORREU ! , E TU ESTAS AQUI ? , COM UMA MULHER QUALQUER QUE ACHAS-TE NA RUA ? COMO É QUE FOSTE CAPAZ- solucei um pouco.- ODEIO-TE, ÉS A PESSOA MAIS NOJENTA QUE EU CONHECI!

Ambos ficaram petrificados a olhar para mim até que o meu pai se levanta e diz

-NÃO TE ADMITO UMA COISA DESTAS EVELYNE.

-O QUE? A MÃE ACABOU DE MORRER E EM VÊS DE FICARES COMIGO NO HOSPITAL , ESTÁS AQUI EM CASA COM ESTA..COM ESTA GAJA!

-A VIDA CONTINUA FILHOTA...-disse num tom de gozo

-ODEIO-TE, ODEIO-TE, ODEIO-TE...TU É QUE DEVIAS DE TER MORRIDO EM VEZ DA MÃE.

Assim que acabei de dizer esta frase senti um forte ardor na minha cara. ELE BATEU-ME...NUNCA NINGUÉM ME TINHA FEITO ISTO...

Não consegui dizer mais nada, dirigi-me para o meu quarto a correr, batendo com a porta mal entro. Dei duas voltas com a chave de maneira a trancar a porta...nunca mais o quero ver, nunca mais quero ver ninguém eu sinceramente acho que só quero morrer, talvez essa fosse a solução para toda esta dor, mas não podia fazer isto, de certeza que a minha mãe me quer ver feliz e seguir com a minha vida em frente..e por ela eu faço tudo.

Encostei-me á porta e deixei o meu corpo cair até ao chão, juntando os meus joelhos ao meu peito. Juntei a minha cabeça ás minhas pernas e chorei compulsivamente. Hoje só me queria libertar desta dor.

Olá :3 Aqui está mais um capítulo de ''THE ROSE'', espero que tenham gostado :3

Vou passar a vir publicar capítulos mais frequentemente porque agora tou de férias ^-^

 

The Rose  |h.s|Onde histórias criam vida. Descubra agora