𝙺𝚢𝚘𝚝𝚘, 𝟸𝟹:𝟹𝟻𝚙𝚖
Há dias que venho contando ao Katsuki o quanto estou desgastado com meu pai, claro que ele não deixou quieto, disse que aprontaria uma para “o velho estúpido”, então aqui estávamos nós, tínhamos roubado o carro do Endeavor e o que estávamos prestes a fazer fugia totalmente do meu comportamento disciplinado.
Se eu não conhecesse Katsuki tão bem, diria que ele é louco, e se eu não o amasse tanto, não teria coragem de colocar fogo no Chevrolet Onix Plus, o xodó mais precioso do meu pai.
Observei meu namorado em câmera lenta, ele bebia uma garrafa de água, depois se molhou com aquela mesma água derramando sobre seu rosto e corpo. Sua indulgência parecia insaciável.
Ele usava uma regata preta que logo ficou encharcada de água grudando em sua pele, quando Katsuki levantou sua camisa exibindo seu corpo esculpido, isso me deixou louco. A arte das tatuagens na modelagem dos seus músculos, o abdômen desenhado, assim como o bumbum firme e coxas bem torneadas. Bakugou era um homem desejável. Entre essas e outras características perfeitas, Katsuki ainda conseguia ter um calor aconchegante. Nele havia gentileza, compaixão, empatia e um sorriso sempre lindíssimo.
Meu amado entregou uma máscara protetora facial, nós o colocamos e cada um de nós pegou um taco de baseball.
“Vamos foder com esse carro”
“Vamos foder” sorri e ele riu genuinamente.
“Você tem algo a dizer antes? Diga o que quiser.”
“Eu...” respirei fundo antes de falar. “Odeio quando meu pai me faz ser quem eu não sou!” bati com o taco de baseball na janela e ela trincou. O carro começou a disparar o alarme, os faróis foram acesos e sons de buzina foram escutados, olhei para Katsuki que assentiu com a cabeça para prosseguir, depois ele mesmo bateu na lateral do carro e amassou a porta da frente. Aquilo me deu impulso para continuar de onde comecei.
“Eu odeio que despreze meus irmãos por serem diferentes.” lancei com toda a minha fúria e força o taco de baseball novamente no vidro quebrando-o, estraçalhando-o o que um dia foi uma janela de carro.
“Eu odeio quando bate na minha mãe.”
“Eu odeio que minta para seus amigos que sou hétero.”
“Odeio todas as suas ofensas homofóbicas.”
“Eu odeio quando me enche de humilhações para me diminuir.”
“Eu odeio que os materiais sejam mais importantes do que nossa própria família.”
“E isso aqui... é quando disse que preferia um filho morto do que um filho gay!”
Após detonar o carro quebrando os vidros, amassando as portas, furando os pneus, tudo em questão de minutos, Katsuki pegou o litro da gasolina despejando em todo o carro, pegou um cigarro e segurou-o entre os lábios, chegou perto esperando que eu acendesse o fumo com minha individualidade esquerda. Acendi para ele, que tragou sem se importar muito com o que acabamos de fazer.
“Meu pai deve estar vindo” disse lembrando que pelo alarme, ele veria o gps e pensaria que o carro foi roubado por um bandido. “Tch” Katsuki deu de ombros soltando a fumaça “Vamos acabar logo com essa merda.” Nos afastamos do carro, depois ele jogou o cigarro aceso na direção do Chevrolet, as chamas se formaram por todo o automóvel, o fogo estava aumentando e seu sorriso era cada vez mais radiante.
Eu parecia hipnotizado naquele sorriso repleto de beleza e esplendor, por algum motivo, consegui sentir uma paz interior, aliviado por não sentir mais raiva, nem ódio e mais uma lista de coisas ruins que meu pai me fez sentir com seu preconceito.
Katsuki segurou firme na minha mão, seu olhar dizia um genuíno “eu te amo” e que estaria ao meu lado em todos os momentos.
Logo deixamos o carro abandonado no meio da estrada, completamente fodido pelas chamas.
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Fire meet gasoline [ TodoBaku ]
FanfictionPara Shoto, estar com Katsuki é o mesmo que juntar fogo e gasolina.