Tatuagem

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[...]

Mais um dia no estúdio, eu costumo ajudar meu pai, obviamente. Sou apaixonada por tatuagem, e a arte em geral. Não é atoa que tenho milhares de tatuagem, mesmo eu sendo nova meu pai deixa, a primeira tatuagem que meu pai fez ele tinha 14 anos.

Mas fiz minha primeira com 15 anos.


— "Suave" filhota? — Diz meu pai saindo de uma sala. Ele é um pouco alto, eu não vou negar, sou alta também. Tenho 1,74.

— "Suave" — Digo e fico vendo algumas tatuagens no computador. A porta do estúdio se abre, e vejo um garoto com um moicano, e um dos funcionários do meu pai.

— Fala, minha querida! — Diz o moço com um sorriso no rosto, o garoto ficava me olhando.

— Quem é o pivete? — Digo olhando o garoto, que ele quer?

— Meu primo, ele quer dá uma mudada, e tatuagem é a melhor mudança. — Diz ele com um sorriso no rosto, o garoto do moicano continuava me encarando. E eu continuo encarando o mesmo.

— O que tu queres fazer, meu querido? — Diz meu pai pegando uma luva.

— Um falcão nas costas. — Diz ele com confiança.

— Caralho, quem vai ficar com a “responsa”? — Digo, e ficava olhando o computador.

— Eu tenho que tatuar um moço, ele tá lá fora.

— Eu tenho que um cliente marcado.

— Então, vou fazer, entra na sala e tira a camisa. — Digo séria, e o garoto entra em uma das salas.

[...]

Entro na sala e o garoto estava sem camisa, bonitinho. Eu acho.


— Tem a foto da tatuagem? — Digo colocando às luvas.

— Sim, minha querida. — Diz ele, logo o garoto pega o celular e abre na galeria onde tinha um desenho de um falcão, que foda.

— Você que fez? — Digo olhando a foto, ele acena sim, com a cabeça, que muleque talentoso, puta que pariu. — Okay, deita de barriga para baixo.

— Vai demorar quanto tempo? — Diz ele deitando de barriga para baixo.

— Depende, mas acho que 15 ou 18 horas. — Digo, e ligo uma caixa de som, e coloco Judas da Lady Gaga.

— “Suave”. — Diz ele, e pego uma caneta e começo a fazer o falcão do desenho.

— Vi que tú tem uma cicatriz, qual a história dela? — Digo continuando a desenhar.

— História?

— Sim, porra, toda cicatriz tem uma história, caiu de moto? Ficou em quase coma, quero saber. — Digo, e término de desenhar.

— Eu nasci com ela, tive que fazer várias cirurgias para não ficar tão feia. — Diz ele serio.

— Que foda, olha vou começar a tatuagem, “Suave”? — Digo e ligo a máquina.

— “Suave” — Diz ele, e logo começo a tatuar.

[...]

— Finalmente! — Digo, e desligo a máquina, e passo um pano na tatuagem para tirar o excesso.

— Posso ver? — Diz ele animado.

— Claro, falcão. — Digo, e fico me espreguiçando.

— Falcão?

— É porra, dou apelido para todo mundo, você é o falcão. — Digo sorridente.

— “Daora” — Diz ele, o mesmo se levanta e vê a tatuagem com um sorriso no rosto.

— Olha, vou falar umas paradas, cuida dessa tatuagem, se não vai ficar uma merda. Não vai à praia, nem tomar sol, ou muito menos entrar em uma piscina. — Digo, e jogo fora às luvas.

— Tá bom, mandona. — Diz ele irônico, dou uma risada. — Ei, “cê” viu que abriu um “dojo” aqui?

— Não sabia não, como se chama?

— Cobra Kai, vou lá amanhã, acho que você iria gostar.

— Vou pensar, falcão.

[...]

Minhas costas tão doloridas, puta que pariu. Estava em frente a esse tal “dojo”, nunca ouvir falar disso, na minha vida. Dou alguns passos e entro ali, tinha um monte de galera que não conheço. E um moço um pouco velho, com um kimono preto, era até que grande, sinto uma mão no meu ombro.


— Tira essa mão, antes que você tenha mais uma. — Digo séria, e vejo ser o muleque da tatuagem.

— Gostei das tatuagens. — Diz o moço velho.

— “Valeu” você deve ser o sensei, certo? — Digo, o encarando.

— Sim, vocês dois podem se trocar, o provador e ali. — Diz o sensei, e aponta para o provador. Vou na direção, e entro.

— Sabia que você iria, vim. — Diz ele entrando no provador também.

— Aquieta o cu, falcão. — Digo, e abro minha bolsa com o kimono do meu pai, ele fazia karatê quando era adolescente.

— Você já treinava algo? — Diz ele tirando a camisa e colocando o kimono.

— Não, era do meu pai. — Digo colocando o kimono.

— Seu pai é descolado. — Diz ele, arrumando a faixa.

— É mesmo. — Digo, e saio do provador.

[...]

— Hey, a gente vai sair, você quer ir com a gente? — Diz o cara do moicano, que simpatia toda é essa? Ele quer comer meu cu.

— “Suave”. — Digo, e saio dali.

— Então, como vocês dois se conheceram? — Diz um garoto ele era até que alto, 1,80 podemos dizer.

— Ela que tatuou o falcão nas minhas costas. — Diz ele convencido.

— Que maneiro, falcão.

— Falcão?

— E assim que quero ser chamado.

— Uau.

[...]

— Como foi lá no dojo? — Diz o meu pai.

— Legal, o falcão treina lá. — Digo arrumando o estúdio.

— E como você chamou o pivete? — Diz ele curioso.

— Sim, por quê? — Digo, mexendo no celular, a Monalisa estava deitada no meu peito, Monalisa é a minha gata. Tenho 4 contando com a Monalisa.

— Que bom, já tenho um apelido para meu genro. — Diz ele irônico, puta que pariu.

— Meu deus.

[...]

— Como você se chama docinho? — Diz um desconhecido.

— Pergunta para tua mãe, caralho. — Digo e entro no dojo.

— “Eae” gatinha. — Diz o falcão, que ousadia, mas não vou negar que gostei.

— “Eae” gatinho. — Digo entrando na brincadeira.

— Que falta de educação, qual é o seu nome? — Diz ele colocando a parte de cima do kimono.

— Cleópatra.

— Okay, majestade.

— Idiota.

[...]

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⏰ Última atualização: Jul 03, 2021 ⏰

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