Capítulo 61

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Olá pessoal, bem eu gostaria de dizer que esse capítulo foi muito difícil de escrever, eu tentei passar todos os sentimentos que o Josh sentiu ao falar com o pai dele, e espero ter feito isso de uma maneira que vocês também consigam sentir!
Esse capítulo está bem forte e algumas partes pode gerar gatilhos em algumas pessoas, por isso eu deixei antes do ato ocorrer o alerta, se você não se sentir confortável ou bem em ler pule essa parte!

Aproveitem o capítulo e se preparem!

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Olho para a enorme residência a minha frente, o lugar onde há muito tempo eu pude chamar de lar, mas hoje, é apenas um emaranhando de tijolos a minha frente.

Aquele deja vu que as pessoas normalmente sentem ao encontrarem algo que marcaram suas memórias, não é o sentimento que sinto ao olhar para construção que me deu tanta felicidade, que ao mesmo tempo me proporcionou uma enorme solidão.

Minha mão treme quando dou três batidas fortes na porta. Silêncio, silêncio, e mais silêncio, é como se não houvesse uma alma viva nesta casa, como se só tivesse restado a ganância e fura de meu pai. Sua própria mente.

Um corpo pequeno a minha frente é a primeira coisa que enxergo quando uma das empregadas de meu pai abre a porta, a mesma me olha espantada mas não faz objeções quando adentro.

O lugar continua o mesmo desde a última vez em que fui embora. Frio e solitário. Desde que minha mãe morreu é como se tudo que sobrasse de bom tivesse ido com ela. As paredes brancas me causam a sensação de perda e de prisão ao mesmo, os quadros pendurados na mesma não passam de apenas um disfarce, um disfarce de toda tristeza que rodeia esse lugar.

-Onde está meu pai? – A empregada a minha frente me encara com medo, mas diz num sussurro apontando para as escadas.

-No escritório!

Assenti olhando para a mesma, eu tinha dó dos empregados de trabalharem para alguém tão frio como ele, aposto que não sabe o nome de nenhum funcionário, e se sabe não faz questão de guardar na memória.

Se não é capaz de lembrar-se da própria família, imagina quem não faz parte.

A enorme escada em espiral preenche todo o meu campo de visão, é como se eu tivesse indo a caminho da morte, a caminho do meu último suspiro, eu não sei o que vou descobrir lá em cima, mas eu sinto que coisa boa não é.

Ao encarar a porta do escritório de meu pai, um enorme arrepiou percorre todo o meu corpo, é a mesma sensação que tive na ultima vez em que estive nessa posição, e na última vez nada de bom aconteceu.

Respiro fundo.

Encaro a porta.

Minhas mãos tremem.

Meu cérebro parou.

E meu coração não passa de uma bomba que jorra sangue para todos os lados do meu corpo.

Toc, toc, toc....

O som do contato da madeira em minha mão percorre por meus ouvidos. O ar a minha volta fica gelado e meu corpo não para de tremer, eu poderia ter um colapso a qualquer minuto e não seria capaz de fazer nada para impedir.

-Entre! – A voz grossa de meu pai invade meu cérebro, fazendo-me assim despertar do transe em que entre.

A maçaneta em minhas mãos pulsa como uma bola de fogo, estou entrando em uma jaula e não sei se serei capaz de sair. Mais uma vez....

Quando por fim a porta se abre e meu corpo está na sala, não tenho coragem suficiente para me virar e encarar o homem a minha frente, eu não tenho medo do que encontrar quando olhar para ele, quando olhar para seu corpo, mas sim quando olhar para seus olhos.

Formation 2Onde histórias criam vida. Descubra agora