59.

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" Harry,

Nessa noite eu voltei rapidamente para casa. Todas as luzes já estavam desligadas e tentei entrar em casa sem fazer qualquer barulho para não acordar a mãe ou o Patrick. Entrei no meu quarto, fechei a porta e encostei os sapatos junto da secretária. Sentei-me na cama com o vestido vermelho, e permaneci a olhar para o nada, e a pensar em tudo.

Vamos admitir, a jen já fez coisas erradas, mas ninguém merece uma humilhação daquela forma, seja à frente de uma pessoa, ou de cinquenta. Ou em  frente de toda a escola. Eu sei que não devia sentir pena dela, mas eu sinto na verdade.

O que é que te deu na cabeça? Em que estavas a pensar para alinhares numa coisa destas? Ou teres sido tu a ter a ideia? Eu não sei.

Mesmo que ela tivesse feito a pior coisa no mundo, a vingança é uma coisa feia. Vingança apenas gera mais vingança. E vocês ( refiro-me a ti e a quem participou ) perderam toda a razão ao humilharem-na. E eu estou tão desiludida contigo, muito mesmo. Eu sempre acreditei em ti, e tu podes ter feito asneiras das quais eu não tive a oportunidade de te chamar à razão, mas eu estou agora, e não gostei do que fizeste Harry.

Achas que eu seria capaz de fazer-te uma vingança, uma humilhação dessa maneira se tu me fizesses algo? A verdade é que nós os dois sabemos que não. Eu não seria capaz de o fazer a ti, nem a ninguém, mas tu apenas fizeste a tua escolha.

A verdadeira pergunta é : tu serias capaz de me fazer isso a mim?

O meu telemóvel não pára de vibrar com incontáveis mensagens e a tua fotografia a aparecer no meu ecrã. Desliguei-o, desculpa. Mas acho que não é uma boa ideia falarmos hoje.

É estranho dizer " mas eu sou a tua namorada ", mais eu sei que me vou habituar. Eu sempre elogio-te quando fazes algo de extraordinário, mas eu sou a tua namorada, e tenho a obrigação de te fazer ver que erraste. E talvez eu não tenha um motivo assim tão grande, dado que a Jen tem feito aquilo que faz, mas eu não estou preocupada com ela, mas sim contigo.

Acredito que as boas rações que nós fazemos, são nos retribuídas na vida. Mas infelizmente, as más também, e é por isso que estou preocupada. Espero que não aconteça nada de mal, eu gosto imenso de ti, mas veremos o que vai acontecer.

Ainda penso em voltar a ligar o telemóvel, pois Kaytlin ou Niall podem ter ficado preocupados, mas decido não o fazer. Tenho esta sensação de culpa por um lado, pois podia-o ter impedido, e de desapontamento, bem, porque tu acabaste por fazê-lo.

Visto o pijama, e tiro os ganchos que prendiam o meu cabelo. Tiro a maquilhagem, e escovo os dentes, preparando-me para ir para a cama. Dou uma ultima olhadela de relance no espelho, e suspiro, depois de desligar a luz da casa de banho.

Abro a minha cama, e ouço um barulho, que me faz olhar para trás. Volto a colocar a almofada no topo da minha cama, e volto a ouvir um barulho vindo da janela. Caminho para esta, e vejo um rosto familiar, com uma rosa na mão, a olhar para cima. Paro um pouco antes de abrir a janela, e decido abri-la. Os teus olhos estão escuros, e o teu cabelo está despenteado. A tua gravada está desapertada à volta do pescoço, e o teu casaco está no chão. Eu encosto-me à janela, e por momento, ficamos apenas a olhar um para o outro.

Uma verdadeira cena de Romeu e Julieta. Mas pelos motivos errados.


Mel x "

HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora