Um bom malandro

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Para eu poder sair dessa vida preciso apenas de uma coisa, duas na verdade, preciso de inteligência e dinheiro. Por mais que eu nunca tenha estudado, não sei ler nem escrever mais tenho um cérebro é ele funciona muito bem.
Pra começar preciso de dinheiro e infelizmente para mim conseguir esse papel do mal vou precisar vender algumas merdas novamente.
Eu podia estar vivendo em uma casa agora, se aqueles malditos polícias não tivessem pego meus 3.000$ reais que eu consegui vendendo drogas.
Fui a procura de gente que parecia ter uma boa condição para que eu pudesse pedir alguns trocados, passei 4 dias pedindo e juntando dinheiro, tirando apenas dois reais cada dia para comprar pão pra mim não morrer de fome. Nesses 4 dias consegui 20$ era o suficiente, fui a procura de algum traficante e comprei 300g gramas de maconha por 20 reais, até que fiz um bom negócio.
Comecei a vender novamente para adolescentes mimados mais eu não iria cometer o mesmo erro de antes, essa marca no meu braço me serve como um lembrete, vou sempre ficar atento se tem alguma viatura por perto e nunca vender em locais abertos e claros demais. Se passaram 2 dias eu já tinha faturado 300$ e incrível o quanto um adolescente pode gastar em uma merda dessa.
Eu já havia saído do bairro onde eu estava, passei por vários bairros vendendo pra vários adolescentes e mendigo. Em uma certa venda uma mulher me segurou pelo braço, eu olhei para trás para ver oque era e.... Uma mulher elétrica, magra, fedida e acabada assim como eu estava em minha frente. Ela dizia "Não pode ser você? Não pode ser meu....." E ficava falando isso repetidamente até que me toquei de quem poderia ser então perguntei "Mãe?" Não acredito que depois de 16 anos eu reencontro minha mãe mais ela não estava se referindo a outra coisa. Ela estava dizendo que as drogas que eu tinha eram dela e começou a me puxar gritando "me devolve, me devolve!" Eu a empurrei para trás fazendo ela cair no chão, fechei a cara pois pensei que ela fosse minha mãe mais estava enganado se realmente fosse ela eu iria falar algumas coisas. Me viro para frente e saio andando mais a mulher diz...

- Lostin meu filho... Por favor ajude sua mãe - diz ela com uma voz fraca e triste.

Eu paro de andar e fico parado por um tempo, minha mente começou a ficar agitada pois nunca ouvi esse nome antes mais me impactou de alguma forma, eu me viro para mulher.

- Você realmente e minha mãe? - lhe pergunto com um tom sério.

- Sim meu filho, sou eu.

- Então qual o nome do meu pai?

- Seu pai se chama Terry, um viciado em drogas assim como eu.

Não pode ser... Essa mulher realmente era minha mãe? Meu corpo começou a formigar muito forte, depois de todo esse tempo eu a encontro a última vez que a vi eu tinha um dia de vida e pelo que meu pai me contou ela nos abandonou.

- Por favor meu filho, ajude sua mãe com alguma droga que tiver aí com vc! - ela me implora.

Eu fico parado com uma expressão séria.

- Finalmente te encontrei.... - falo com um tom sério

Ela me olhava mais pouco se fudendo para mim só estava interessada nas drogas.

- Logo logo vamos nos abraçar e fazer tudo oque quiser mais me dá uma droga meu filho! - diz ela eletrizada.

Ela se levanta do chão e vem em direção a mim com um sorriso falso no rosto, eu a empurro novamente pro chão.

- Finalmente vou poder falar tudo que eu tinha pra falar pra você sua puta de merda! Pelo menos você me reconheceu, pelo menos isso você fez certo mais e quanto a mim? A meu pai? Você se importou em nós criar, em nós abandonar? Você em todo esse tempo já me amou de verdade? Você me considera como filho? - lhe questiono irado.

- Não foi minha intenção abandonar vocês.... - diz ela com um tom triste. Mas eu a enterrompo.

- Cala sua boca! Você não nunca se importou comigo ou com alguém nesse mundo, você não se importa nem com você mesmo só quer saber disso? - levanto minha sacola de drogas para mostrar a ela - Só disso que você quer saber? Drogas? - abaixo a sacola - Quer saber de uma coisa... Foi ótimo você ter nos deixado que pelo menos não tivemos a decepção de ter uma mãe merda igual você se bem que nem da pra chamar você de mãe, você pra mim nunca existiu. - cuspo no chão.

Me viro e vou embora.

Fiquei andando sem rumo pelas ruas pensativo em tudo que rolou, aquela cadela tem a coragem de falar que sente muito? Como se durante todos esses anos ela lembrasse todos os dias de mim, até parece, aquela vaca nunca mais pensou em mim ate esqueceu que eu existo e é melhor assim.
Continue vendendo minhas drogas e vendi tudo, sem nenhuma preocupação ou imprevistos com policiais, faturei 1.500$ era um bom tanto, o suficiente para eu comprar mais drogas e revender por um preço ainda melhor.

Bom tudo estava dando certo, não tinha problemas com polícias nem nada do tipo mas... Quem diria que eu seria roubado por um traficante.

Um certo dia eu estava vendendo minhas drogas normalmente, fui oferecer para um cidadão que estava com um cigarro atrás da orelha e cheio de tatuagens e no momento que o abordei disse...

— Salve, vi que tu tá precisando de algo mais loco pra por atrás da orelha, tô certo? - lhe abordo com um tom brincalhão.

— Interessante - me responde abrindo um sorriso malicioso - Oque você tem aí meu jovem?

Tiro do bolso um tablet de maconha.

— Que tal fazer seu próprio cigarro? - lhe pergunto mostrando a mercadoria.

Ele arregala os olhos e fica surpreso com o tamanho do tablet de maconha.

— Vou querer tudo! - ele afirma mostrando a mão para pegar o tablet.

— Claro! - Respondo sorridente - vai custar 5.000 R$.

Ele começa a dar gargalhadas. Ele para de sorrir.

— Você não entendeu... - disse ele com uma voz assustadora - Eu quero que me passa tudo que tem. - Ele diz em um tom sério.

Ele saca da cintura uma pistola e a ponta pra minha cara, fazendo uma expressão assustadora.

Começo a ficar apavorado e tremendo. A sensação de ter uma arma tão perto apontada para sua cabeça não e algo de se ver todo dia.

Pego tudo que eu tinha e o entrego.

— Por favor só não me mate - digo em um tom assustado, olhando para baixo.

Ele pega minhas coisas e guarda consigo. Virasse e sai andando enquanto guardava a arma.

Mais uma vez tudo deu errado, meu dinheiro foi pro saco, minha mercadoria foi pro saco eu estava sem nada novamente.

Sério naquele momento eu desisti, me joguei no chão e fiquei jogado por 5 horas. Naquele momento perdi a fé de ter uma vida igual aos demais e tudo que eu esperava era a morte.

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⏰ Última atualização: Oct 14, 2021 ⏰

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