i hate you, and i hate loving you.

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Era madrugada do dia 2 de novembro de 1981, fazia pouco mais de um dia que Sirius Black havia sido preso pelo assassinato de James e Lily Potter em Godric's Hollow.

Remus Lupin estava em um canto privilegiado do escritório de seu apartamento, onde conseguia sentir o vento frio noturno entrar pelas janelas, mas sem o deixar com muito frio. Ele e Sirius haviam planejado o apartamento para aquele apartamento ser confortável e aconchegante mesmo em meio ao caos atual. Aquele deveria ser o lugar deles, e seria, se nada tivesse acontecido.

Sirius Black havia saído cedo no dia 31 de outubro, agora Remus entendia o porque, infelizmente, mas Sirius havia dito apenas que ia fazer algo que ele não podia contar.

"Maldito Sirius Black." Remus pensou. Saiu para entregar três de seus melhores amigos ao Lorde das Trevas como se estivesse preparando um piquenique. Pobre Peter, tentou ajudar e acabou morrendo também. Se ele tivesse sugerido à Sirius que eles saíssem juntos naquele dia, seus amigos não estariam mortos.

Mas ele também não chegaria a ver as cores reais do seu amante, que durante todo esse tempo, era um assassino traiçoeiro esperando para dar seu bote.

Diante dessa montanha russa de emoções, Remus chegou à conclusão de que seria uma boa ideia escrever uma carta à Sirius, se é que é possível receber cartas na prisão de Azkaban.

Caro Sirius,

Esse não é o melhor momento para te chamar de querido. - Não, isso seria muito impactante e Remus poderia se arrepender de suas palavras.

Caro Sirius,

Não sei o que te motivou a fazer o que você fez. - Não, pelo amor de Merlin. O que ele responderia? "Olá, Remus, eu tive uma vontade súbita de assassinar meus amigos depois de ser um espião e trabalhar fielmente para Voldemort decidi me revelar, gostou?" Isso seria patético.

Caro Sirius,

Espero que essa carta te encontre bem.

Eu não vou falar sobre o que aconteceu por aqui, pois minha mente ainda está em conflito em meio a tantos pensamentos negativos e sentimentos terríveis e não quero dizer algo que possa me levar a sentir que comprometi meu caráter diante da dor.

Só espero que você saiba que eu estou completamente quebrado e nenhuma palavra nesse mundo poderia chegar aos pés de descrever tamanha dor que eu sinto.

Mas, no fundo de mim, mesmo ciente dos seus atos, algo dentro de mim ainda me diz para confiar em você e não desistir de te amar, Sirius Black.

Algo sobre a magia do seu olhar ou o conforto que tenho com a sua presença. Algo sobre como você fez eu gostar de viver ao seu lado, como eu percebi que minha vida faz sentido se eu estiver com você.

A verdade é que eu te amo, Sirius Black. Merda, eu te amo muito. Eu não deveria te amar, não depois do que aconteceu, mas eu não consigo deixar você de lado.

E a verdade é que eu venho olhando para as estrelas todos os dias e encontrando você, a estrela mais brilhante do meu céu. A estrela que iluminou minha vida quando eu não tinha esperança nenhuma.

Eu odeio você, Sirius Black. E eu odeio te amar.

Espero te ver novamente algum dia. Talvez, até mesmo, em outra vida.

Remus Lupin.

Remus havia terminado a carta, lido e relido cada palavra para ver se estava boa e se ele não iria se arrepender de nada.

E ele não iria.

Se tinha uma coisa que Remus John Lupin tinha certeza, essa coisa era que seu coração sempre pertenceria a Sirius Black, e que por mais doloroso que fosse, no fim do dia ele era apenas um romântico esperançoso em busca de um amor intenso como ele.

Letter of a Hopeful RomanticOnde histórias criam vida. Descubra agora