01 / assassinato

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Essa carta é muito mais do que muitos de quem estão lendo devem achar, vai além de uma simples carta de uma jovem de 16 anos que se suicidou, no caso, eu.

É sobre mentiras, intrigas, traição, um falso amor e... O crime perfeito. Ou quase.

Se não fosse aquela maldita garota enxerida não é mesmo?

E pra explicar isso, preciso voltar para o dia 8 de Julho 2020

* Lugar lotado, musica alta, piscina, sexo, drogas e álcool.

Eu sabia que não era uma boa idéia ter ido nessa festa, porém Verônica insistiu, tadinha, não era culpa dela o que estava prestes a acontecer. Mas ela não continuaria tão inocente por muito tempo.

Enjoada por estar naquele local em que não estava acostumada a frequentar, vou em busca de um banheiro em que possa me recompor.

A essa altura já tinha me perdido de Veronica a um tempo, quando finalmente acho um banheiro e estava prestes a abrir a porta, esculto vozes e decido esperar mais um pouco, e sem muita intenção, acabo vendo mais do que deveria.

Sangue, muito sangue, e uma vida que acabara de chegar ao fim por uma faca cravada ao peito.

A garota na qual não conhecia, estava jogada em meio a uma poça de sangue por volta.

De cabeça ladeada, boca entre-aberta e olhos arregalados, o corpo ja sem vida esparramado ao chão.

-O que faz aqui? -Vira o assasino em minha direção.

Assustada com tudo corro o mais rápido possível, esbarrando em pessoas chapadas e bêbadas, até que finalmente, saio daquele lugar.

Vomitando, tremendo e sem saber o que fazer. A tensão fazia parte de mim, a garganta se fechando e a ansiedade me consumindo, ansiada, peço um uber para voltar para casa ficando trancada em meu quarto. E agora? *

Por medo, nunca comentei sobre aquela noite com ninguém.

Passei meses da minha vida atormentada com a cena em que havia presenciado.

Se passaram 6 meses, e eu estava namorando o cara "perfeito" e popular da escola.

Fotos de casal sorrindo no instagram, sempre juntos, sorrisos e sorrisos. Ah, a quem eu estava querendo enganar?

Como eu pude ser tola ao achar que alguém algum dia me amaria.

Mas você me provou o quão idiota eu sou não é JaeJae? Ou era. Já que no exato momento em que você está lendo (e eu sei que está) eu estou a 7 palmos de baixo da terra, morta.

E eu quero deixar bem claro que você também foi um dos culpados por isso, amor.

* 26 de novembro 2020

-E ai, você aceita? -Jug diz em baixo da chuva, ajoelhado fazendo o pedido.

-Mas é claro, agora levanta seu bobo. -Digo rindo com um sorriso largo estampado em meu rosto e Jacob me envolve em um abraço caloroso, e dali, saimos andando.

23 de dezembro 2020

-Amor, a Veronica e o Kevin nos convidaram pra passar o natal na Chacara dos pais da Veronica, vai ir mais umas pessoas e ah, não sei... O que você acha? -Pergunto a Jacob.

-Eu acho uma ótima idéia. Agora vem cá. -Diz me colocando sentada em seu colo em meio aos beijos.

Borboletas no estômago, que besteira.

* 25 de dezembro 2020

-Vejam! Ali! -Diz Verônica em meio a risos apontando para os patos enquanto jogávamos comida para eles. Um momento caloroso para a suposta amizade verdadeira.

-Aí cara, temos que pegar lenha, se não, vamos morrer congelados. -Diz Kevin para Jacob e todos rimos.

-Estamos parecendo pessoas das cavernas. -Digo em meio a risos.

Os dois se afastam e eu e Verônica entramos.

-E ai, o que ta fazendo? -Pergunto para Veronica roubando o celular dela. Fotos de meninos sem camisa?

-Sua safada -Digo rindo sem parar e ela me acompanha nesse circulo de risada interminavel.

-Vocé ta com fome? -Pergunta a morena.

-Um pouco porquê?

-Bora fazer brigadeiro?

-Claro!
...

-Garota! Você vai se queimar! -Digo rindo pegando a panela e fomos para sala.

-O que vamos assistir? -Pergunta Veronica lambendo a colher do brigadeiro.

Anne With An E!!! -Dizemos em uníssom. É claro que assistiriamos isso, é nossa série preferida.

-Eu te amo sabia? -Diz Ve e percebo que ela estava... Tensa?

-Eu também te amo maninha. -Digo a abraçando, tinhamos a mania de nos chamarmos assim, admiro uma amizade tão unida como a nossa.

***

-Amor? Tá tudo bem? -Jacob pergunta.

-C-laro.

-Você tá tendo uma crise, vem cá. -diz e me puxa para um abraço e fica assim até eu me acalmar.

-Pronto, vai ficar tudo bem meu amor.

-Obrigada... -Susurro. *

***

Uma pena que esses momentos tenham chegado ao fim.

Mas... Agora vamos ao que interessa, o porquê deles terem se tornado os vilões.

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