𝐓𝐫𝐚𝐢𝐧𝐢𝐧𝐠 𝐖𝐡𝐞𝐞𝐥𝐬 - Kᴇɴᴍᴀ x Lᴇɪᴛᴏʀᴀ

>> 13 <<

Passou o resto do dia na cama. Passava o dedo pelo celular freneticamente procurando algo que te distraísse, já que seus pensamentos se tornavam cada vez mais torturantes. Adormeceu e dormiu a tarde inteira, acordando só durante a noite, com sua mãe batendo na porta.

- Filha? Posso entrar? - Você sinalizou com um murmúrio. - Fiz panquecas pra você. Tente comer pelo menos um pouco, tudo bem?

Você a convidou para um abraço, envolvendo-a fortemente com os braços. Sua mãe tinha percebido desde o início que você teve uma crise, tentou fazer o melhor para te ajudar. Você comeu as panquecas e sua mãe sentou-se na quina da cama, acariciando seus cabelos. Você adormeceu novamente, não dormia decentemente fazia um bom tempo.

Era domingo de manhã, você acordou bem cedo e decidiu ir pedalar. Se arrumou brevemente e saiu apressada em direção à sua bicicleta.

Pedalava sem rumo nenhum, apenas pensando no estrago que esse acampamento foi. Observava a neblina angustiante das manhãs de Tokyo, as pessoas vagas que passavam por ali sem esboçar nenhum pingo de emoção, pareciam estar sem vida, totalmente mortas. Pedalou mais rápido ainda quando sentiu a angústia tomar conta, algumas lágrimas escorriam e voavam com o vento batendo no seu rosto, mas aquilo, apesar de ser doloroso, também foi libertador.

Depois de uma hora em cima daquela bicicleta, você finalmente chegou em casa se sentindo muito, muito mais leve. Estacionou sua bike na garagem e deu um suspiro de alívio, até ver alguém caminhando até você.

Kuroo.

De repente, aquela sensação tomou conta de novo. Você correu até sua casa, posicionando a chave de forma desastrosa por conta do desespero. Entrou e trancou a porta rapidamente, apoiou-se contra a porta e foi escorregando até se agachar no chão. Abraçou as pernas ao ouvir as batidas na porta.

- [Nome]... - Kuroo te chamou e você não respondeu. - Vamos lá, eu sei que você tá ai.

Não respondeu.

- Abre a porta, eu quero conversar contigo.

- Achei que éramos desconhecidos. - Você se frustrou e respondeu em um embalo.

- Nós somos, [Nome]. E é por isso que eu quero te conhecer de novo, fazer a coisa certa dessa vez. Não foi justo o que eu fiz com você. Você não tem a obrigação de corresponder meus sentimentos, eu fui um idiota por jogar a culpa em você. - Você ouvia com atenção, ainda hesitante. - Você estava certa, eu me apaixonei por uma ilusão sua, eu ainda não te conheço por completo, então eu te peço, por favor, vamos começar do zero.

Você abriu uma fresta da porta e foi logo recebida com o abraço fervente de Kuroo, sem nem ter tempo de raciocinar. O garoto te abraçava e pedia desculpas incessantemente, você jurou tê-lo ouvido chorar.