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Olá, me chamo Ryan e você vai acompanhar a merda que é minha vida.

Neste exato momento eu estou me despedindo da minha família, para ficar um tempo na Suécia. Vai só eu, Maya e Lydia. Três irresponsáveis que vão viajar para outro país, sem saber nem a língua direito.

Mas Maya disse que precisávamos ir, para passar um tempo só a gente. Na verdade eu vou de vela mesmo, porque Maya namora Lydia e com certeza vão ficar de casalzinho a viajem inteira. E eu não tenho paciência para isso.

Eu estava levando cinco malas e minha mãe ficou brigando comigo dizendo que eu só vou passar dois meses lá e não um ano. Mas ela deveria brigar era com Maya, que tava levando sete malas só de roupa.

- Boa viagem para vocês meninos. Espero que gostem de lá. - minha mãe de um beijo na minha cabeça e depois na de Maya e depois deu um abraço em Lydia.

Uma voz ecoou pelo aeroporto, dizendo que nosso vôo estava saindo em cinco minutos. Me apressei para chegar no avião.

Eu fiquei ao lado de uma idosa que não parava de rezar e conversar um minuto sequer. Eu só queria paz, será que ela não entendia?

Quando a mulher finalmente se calou, coloquei no Spotify o álbum da Ariana Grande e dormi.

Só acordei quando Lydia me cutucou com força, dizendo que já havíamos chegado.

Tomei um susto ao ver que estava todo babado. Por que isso só acontece em horas erradas?

Tirei o moletom de mim e coloquei na cintura, Suécia estava quente.

Um Uber apareceu e nos levou até o hotel. E meu Deus, que hotel!

O nosso quarto era no último andar, por isso demoramos no mínimo dez minutos para chegar lá.

O quarto ainda era melhor que o hotel. Aquilo era quase uma casa. Logo na frente tínhamos uma mini cozinha, que dava para o banheiro. Ao lado da cozinha, tinha um espaço com duas camas de casal, um guarda roupa enorme e uma vista perfeita da cidade.

- Eu não sei você, mas nós vamos dá uma volta na cidade. Caso você não saia, pode, por favor, guardar as nossas coisas no armário? - pediu Maya.

- Não, claro que não. Depois fala que eu sou o preguiçoso. E só para você ficar sabendo eu vou sair sim.

- Um milagre você sair por conta própria né?

- Eu só vou porque eu esqueci de comprar umas coisas, daí eu vou ver se acho uma lojinha que vende.

- Só assim pra você sair né, ai ai menino. Ok, contanto que não se perca...

- Eu já tenho 19 anos, Maya sei me cuidar.

Ela suspirou alto, pegou a mão de Lydia e saiu.

Depois que eu terminei de tirar tudo da mala, fui atrás das coisas que eu estava precisando. Fiz uma lista no celular e saí. Tranquei a porta e mesmo eu não conhecendo a cidade saí a pé. Se eu me perdesse eu estava fudido.

Eu só virei uma quadra do hotel e vi um shopping. Era aquilo que eu precisava naquele momento.

Entrei numa farmácia que havia no shopping e comprei uma escova de dente e uma pasta.

Demorei um tempo para conseguir pagar aquilo porque eu fiquei toda confusa, daí um homem me ajudou.

Depois fui para uma loja de roupas e comprei umas blusas.

Quando ía descendo pelo elevador minha mãe me ligou.


- Ryan?

- Oi mãe.

- Por que não me ligou quando chegou? Fiquei preucupada.

- Pensei que Maya havia te dito.

- Ela só falou quando eu mandei mensagem. Esses jovens de hoje em dia nem ligam mais para os pais. É cada coisa.

- Ai meu Deus, mãe. Deixa de drama, você sabe que a gente te ama.
 
- Drama nada. Nem para mandar uma mensa...

Tropecei em algo e caí de cara no chão. Parabéns, mal chegou no país e já tá fazendo merda.

A ligação desligou e alguém tentou me ajudar.

Recusei. Podia muito bem sair do chão sozinho.

Um menino de cabelo cacheado, um pouco pequeno.

Ele falou algo que eu não entendi. Estava falando sueco. Balancei a cabeça em forma negativa e ele me olhou confuso.

- Ah, desculpe. Entende o que falo agora?

- Acho que sim.

- Desculpa, eu não olhei para onde ía. Eu estava andando muito rápido e não percebi.

- Não tem problema. A culpa também foi minha, não estava olhando para onde ía. Enfim, obrigado e tchau.

Acenei para ele e saí pela direita. Olhei pela minha visão periférica que ele tentou me seguir, mas desistiu.

Depois de um tempo caminhando percebi que era para eu está falando com a minha mãe. Peguei o celular do bolso e liguei imediatamente para ela.

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Uma vida sem você °Omar Rudberg°Onde histórias criam vida. Descubra agora