Acordei com uma doce voz me chamando, era Shio. Não lembro-me do que a pequena me dissera, mas foi bom despertar de um jeito tão gentil, depois de tantos anos sendo acordada por um despertador irritante. Finalmente chegamos em nossa parada, pelo menos, era o que parecia. Quando olhei pela janela, avistei uma bela paisagem, mas muito diferente do que estava acostumada. Parecia algo mais futurístico do que tudo que já havia visto em todos os meus 15 anos de vida, mas para a garotinha não parecia nada novo.
─ Satou-chan, vamos descer do trem! ─ Shio disse, puxando minhas mãos
─ Acalme-se, criança ─ resmunguei, querendo continuar meu sono profundo.
Após resmungos e alguns poucos segundos de paz que a garotinha havia me proporcionado, finalmente me levantei. Assim, pelo o que consigo me lembrar, a Kobe me arrastou para fora do trem com seus bracinhos inesperadamente bem fortes.
─ Wow! Aqui é muito diferente de Konoha! ─ Disse ao sair do vagão, surpreendida com a vista poluída por grandes construções que cintilavam no sol. ─ Shio, sabe onde estamos?
Eu estava vidrada, apenas consegui observar aquela paisagem entranha que me causava uma leve nausea. Mas, por outro lado, quando terminei de brisar encima da ideia de algo como aquele lugar realmente existir, olhei para a menina, que parecia completamente acostumada com um lugar como aquele.
─ Na verdade, é parecido com Tóquio, Satou-chan! ─ Shio murmurou, nada supresa, como se sua vida tivesse voltado ao normal. ─ Olhe lá! Aquele prédio é igualzinho ao edíficio que meu pai trabalhava como porteiro. Só acho estranho que não esteja com os painéis promovendo aquela marca de vinhos bem cara que vendia no Shopping. ─ Disse, apontando seus dedos para uma contrução bem alta, revestida a vidro e que refletia os raios de sol com suas janelas espelhadas.
─ Tóquio? O que é isso, pequena? ─ Perguntei à ela, enquanto ainda observava a paisagem da cidade, confusa.
A menina olhou para mim ainda mais desinformada, provavelmente pensou que eu havia tido algum tipo de apagão em minha memória, uma amnésia bem forte. Com uma voz suave, pediu que meu me abaixasse, e então, deu um tapa em meu rosto.
─ Lembrou agora? Meu irmão me disse uma vez que quando alguém esquece algo assim devo tapeá-la até a pessoa se lembrar. ─ Seus grandes olhos cor-de-oceano me encaravam sem piedade, quase rasgando minha alma. ─ Ainda não se lembrou né?
Assim, levei mais tapas da menina, quando, finalmente, me pronúniei. Disse à ela que de onde eu vim não existia Tóquio, e que eu tinha certeza de que não havia me esquecido de nada. Além disso, a expliquei que, apesar do que seu irmão disse, bater em alguém na região do rosto não cura amnésia, no máximo acorda uma pessoa que estava sonolenta.
─ De onde eu vim, não existe Tóquio, e nem japão... E eu consigo me lembrar muito bem de tudo, menina! Não é preciso me dar mais um de seus tapinhas fofos, tudo bem? ─ Disse, a segurando em meu colo e apertando seu nariz, tentando fazer essa pequena lição ser engraçada.
A garotinha riu, me trazendo um bom agrado. Olhei novamente para ela e acariciei seu rosto fofo, a deixando um pouco raivosa, me fazendo parar de chamá-la de fofa. Então, me agaixei e a coloquei no chão. Depois de alguns pequenos pulos e balançadas de cabeça, Shio voltou a me encarar. Dessa vez, seus olhos expressivos deixavam claro que ela já havia se entediado, que queria fazer algo a mais.
─ Vamos para onde agora? ─ A criança perguntou, me fazendo pensar no que faríamos, já que estávamos abandonadas em uma estação de trem vazia. ─ Quero me divertir mais com você, Satou-chan. Espero que você tenha tempo para brincar comigo na chuva, porque o céu está bem escuro, olhe!
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𝐍𝐄𝐖 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃: Sakura Haruno + BNHA.
Fanfiction─ Enquanto procurava alguns livros de plantas medicinais na biblioteca secreta dos Hokages, Haruno Sakura é atingida por um livro antigo e empoeirado. Com o interesse despertado, a jovem garota decide abrir o livro. Mas quando se encontra em uma r...