Admiração

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Disclaimer: Genshin Impact e seus personagens não meus, só peguei emprestado.

A imagem de capa é oficial da Mihoyo também. Respectivos créditos dados, é sobre isso :3

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Capítulo único - Admiração.

Jean não sabia há quanto tempo estava ali sentada no canto da Taverna bebericando alguns goles pequenos do melhor vinho que Mondstadt tinha a oferecer.

Apesar do jeito rigoroso, algumas vezes ela se permitia passar o tempo ali. Jean apreciava ouvir a música dos bardos andarilhos e sobre suas aventuras distantes, amores e lugares diferentes de Teyvat. Ela gostava de ouvir as conversas e sussurros dos bêbados ao redor, da dança e das risadas que o ambiente proporcionava. Mas o que a deixava feliz mesmo era quando tinha a sorte de estar lá nas mesmas noites em que Diluc resolvia sair da Adega do Alvorecer para simplesmente trabalhar no bar como um funcionário comum.

Jean suspirou, rodando a taça na mão e olhando através do vidro: O dono de tudo aquilo, limpando um copo insistentemente e atendendo quem quer que fosse para o bar com algo que Jean sabia ser simpatia, ou o mais próximo disso que Diluc conseguia chegar.

A admiração que a cavaleira tinha por ele vinha de muitos anos antes. Desde que crianças, de quando eles decidiram ser cavaleiros e desde antes de Diluc ser o mais jovem mestre dos Cavaleiros Favonius. Claro que este era um fator, a admiração dela por ele só cresceu quando ele a trouxe para sua equipe pessoal e ela pode ver ele trabalhando de perto. Ela via com os próprios olhos o quanto Diluc era habilidoso, forte e apaixonado pelo seu povo e sua cidade. Em alguns momentos, enquanto sozinhos na sala da superintendência ou treinando juntos, ela via o quão entregue ele estava aquele trabalho de proteger Mondstadt.

Jean teve seu coração quebrado quando ele deixou o cargo.

É claro que ela conseguia entender que ele havia perdido o pai, mas ver ele desistindo de tudo pelo qual ele lutou e mostrou tanto talento ao decorrer de anos talvez fosse a única decepção que ela tinha sobre ele.

E mesmo assim, ela conseguiu engolir o ressentimento no dia em que um único dente-de-leão amarrado a uma fita azul apareceu em sua mesa acompanhado de um bilhete assinado por ele, parabenizando-a pelo cargo que ela havia acabado de conquistar.

Como o tempo e o vento que levava as sementes dos dentes-de-leão para longe o ressentimento simplesmente sumira e ela não conseguia simplesmente deixar de admirá-lo. Era preciso muita força para recuperar a vida depois de um baque tão grande, afinal.

- Dia difícil? - Kaeya se aproximou, e sentou na cadeira a frente, assustando-a.

- Capitão Kaeya! - Jean se atrapalhou, quase engasgando com o vinho que estava em sua boca.

- Desculpe, não quis assustar - ele deu de ombros e Jean se perguntou se ele estava mesmo ressentido ou fazendo a linha debochada de sempre.

- Não foi na... - Ela tossia, tentando recuperar o fôlego - nada! Eu estava distraída.

- Entendo, até mesmo a Mestra Jean tem suas distrações às vezes - Kaeya sorriu colocando a cabeça apoiada sobre o queixo e olhou em direção ao balcão. Jean sabia que o tom que ele usava queria dizer muito mais, mas ela preferiu ignorar.

- Eu só estava pensando em quando as coisas eram mais simples, só isso - deu de ombros, ainda pigarreando de leve por causa do engasgamento recente.

- Bom, não dá pra pedir simplicidade sendo Grande Mestra dos Cavaleiros, não é?

- É... Eu sei - Jean olhou para Diluc, ainda insistentemente limpando um copo sem se importar com o resto à sua volta. Ele a entenderia.

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