Diary of an Aristocrat

Sinopse

O dia estava lindo, céu azul, poucas nuvens e um sol brilhante maravilhoso, como eu disse, estava. Meu pai vinha insistindo há alguns dias, na ideia de eu me casar, sendo que já disse incontáveis vezes, que não quero, pois não vejo necessidade, não preciso de alguém, e só eu me basto, mas ele aparentemente não aceita isso. Agora ele vive insistindo, por quê minha irmã mais velha, uma entre 3 acabou de se casar, perante nossa sociedade, ela casou-se tarde, já que ela tinha 30 anos quando se casou, seu casamento foi lindo, flores belíssimas, seu vestido então, nem se fala, de caimento longo, porém com sua saia cheia de camadas, um verdadeiro vestido de princesa.

Seu casamento está cada dia melhor, recebemos cartas semanalmente, se gabando de seu casamento perfeito, essa semana irá chegar mais uma carta, contando da viagem que fizeram, foram para a Europa, ficaram duas semanas lá, ou seja, duas semanas sem cartas, prevejo uma longa carta com uma escrita garranchada, por causa da pressa em escrever e contar tudo, poderia vir nos visitar, mas prefere escrever. Minha irmã é uma professora de jardim de infância aqui na nossa cidade, as crianças a adoram, e ela os adora aparentemente, ela diz que quer no mínimo quatro filhos, eu já digo que é loucura da parte dela, afinal, se uma já é difícil criar, imagine quatro.

Mas voltando ao assunto, meu casamento, não quero, não pretendo, e não vejo vantagem. Pelo amor de Deus, mal fiz 20 anos e meu pai já quer me casar? Ele deveria tentar casar minhas duas outras irmãs, a mais nova das três, tem 25, e não vejo meu pai querendo casar ela com o primeiro estrupício que aparecer em sua frente, muito pelo contrário, vive mandando-a esperar o homem certo, que ele irá aparecer.

Eu nem terminei a faculdade horas, estou terminando de cursar pedagogia, não quero dar aula para adolescente, eu nem gosto de adolescente, são todos mal-humorados, os ricos então, nem se fala, grande parte dos filhos ricos de aristocratas, são todos, sem exceção chatos, sem educação, e pomposos de nariz em pé, que se acham os donos do mundo, sendo que são todos bancados pelos pais.

Meu pai nesse exato momento em que estou pensando em tudo menos nas coisas que ele diz, só fala sobre casamento ultimamente, pelos céus, eu não quero me casar agora.

— Está me ouvindo, meu filho? – indaga irritadiço. O olho e sorrio, um sorriso que diz tudo para ele- Estou dizendo que amanhã você irá conhecer um pretendente, não quero mais conversar sobre isso.

— Ora, onde já se viu, desde quando é obrigatório homens se casarem? Pelo que bem me lembro, o mundo está evoluído, homens não precisam mais se casar.

— Mas você irá se casar, não tem mais conversa, aliás, o conhecerá amanhã, em um café da manhã, e nem trate de ir desarrumado ou se for, ter atitudes grotescas, essa é a sua última chance.

Não queria me casar, não estava nos meus planos conhecer alguém, muito pelo contrário, gostaria de ficar solteiro mais alguns anos, até os 30, já que fiz 20 recentemente, mas papai insiste de todas as formas me arranjar com alguém da aristocracia inglesa, como se dependêssemos disso.

— Mas papai, e se eu não gostar dele? o Senhor só me arranja homens com pensamentos arcaicos, e velhos, são sempre todos velhos.

— Lou, querido, dê uma chance, amanhã será sua última chance, um casamento arranjado não é tão ruim, meu casamento com sua mãe foi arranjado, mas eu a amei com toda fibra do meu ser. Sobre ele ser velho, fique tranquilo ele tem 30 anos, vocês irão se dar bem, vocês terão bastante tempo para conhecer um ao outro, não se casará assim em cima da hora, não seja imprudente.

Suspirei cansado, iria fazer isso, minha última chance certo? O que pode dar errado, não é mesmo?

1° de outubro de 1950