Untitled Part 1

790 29 2
                                    

Veneza - Itália

A mulher idosa estava sentada, atrás da escrivaninha, olhando um álbum de fotos, quando bateram na porta. fechou o álbum, antes de autorizar a entrada de quem tinha batido.

As roupas simples do homem, não combinavam com o ambiente luxuoso, a sua volta.

- Nonna. - ele curvou a cabeça levemente, antes de sorrir, tentando parecer inocente. Bem, ele não sabia que supostamente teria aprontado, na cabeça dela, mas parecer inocente antes disso era uma boa ideia. Ao menos até que ele descobrisse por qual razão havia sido chamado com extrema urgência. Não que ele fosse reclamar de ter sido tirado de uma sessão de treino com os homens de Giacomo, mas... – A que devo a honra de ser chamado pela senhora com urgência?

- Ontem a noite, um representante das Organizações Novas Espécies, esteve em minha presença.

A rispidez na voz da anciã quase fez o homem sorrir. Era melhor não provocar muito além a mulher mais do que aparentemente ela já estava irritada. Ele olhou discretamente a distancia que o separava da porta, caso precisasse correr. Não que a nonna continuasse a ser uma mulher passional, que atirava objetos na cabeça das pessoas, mas a pequena estatura dela comprovava uma das teorias que as mulheres de baixa estatura eram perigosas. E as baixinhas de olhos verdes eram as mais assustadoras.

- Queriam que a senhora fizesse uma doação?

- Não seja debochado! – nenhuma sombra de humor estava nas palavras da anciã. – Quando pretendia contar que vai fugir a suas responsabilidades para ir nessa... nesse circo... para fingir que trabalha?

- Eu tenho um diploma de medicina, nonna. E já que alguma ordem superior... não de altura mas de suposto poder... Tem feito

com que eu tenha sido demitido dos últimos dez hospitais que eu tentei trabalhar... quem sabe o que me reserva para esse?

- Está sugerindo que eu fiz com que sua incompetência para médico tenha ficado evidente?

- Eu irei a uma entrevista para trabalhar para a Organização Novas Espécies na próxima segunda-feira. Se eu for aceito, volto para o Natal.

- Você tem responsabilidades aqui. Os empregados...

- Estão muito bem sob sua tutoria. E depois... Existem coisas que só iremos ter acesso se tiver alguém trabalhando para eles. A vaga que estão oferecendo, é para medicar na prisão Fuller.

- Você quer trabalhar com aquelas... pessoas? – a ultima palavra foi dita com cuidado.

- Como acha que pretendo descobrir quando prenderem... – Ele suspirou. – As crianças não fazem ideia de quem é a real mãe delas, nonna. Acha que isso está certo? Sei que Giacomo e Fatima são loucos pelos pestinhas, mas não são os pais deles. Se a minha irmã está presa lá, eu juro que vou dar o jeito que for, mas eu vou tirar ela de lá. Se não estiver... Se ela for presa, tiro também.

- Tem certeza do que está falando, Michelangelo? – os olhos verdes da anciã fixaram-se no rosto do neto, que aparentava ser o mais despreocupado dos seus cinco netos.

- Eu apenas não tenho certeza de quando falo algo, quando estou dormindo, nonna.

A mulher fechou os olhos verdes brevemente. Alguém superior deveria estar zombando de todos os seus esforços, de todos os sacrifícios que fizera, para manter sua família longe de tudo o que...

- Se descobrir que Marisa Gabriela foi presa, antes de fazer alguma coisa, ligue para mim. – a ordem da anciã era do tipo que ela sabia, nenhum dos netos.. Com exceção de Marisa Gabriela... ousaria desobedecer. Fitando o neto, não conseguiu ver o menino alto para a idade, assustado, que segurava com força a mão da

breezeOnde histórias criam vida. Descubra agora