Epílogo

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Trilha Sonora:1+1-Beyoncé

Ação de Graças

"Louis Theodore Tomlinson! Abaixa essa faca agora!"

Congelo no mesmo instante. A mãe de Harry vem até mim, com uma mão no quadril, apontando com a outra para a faca na minha mão.

"Quem ensinou você a picar cebolas?" , ela pergunta.

Olho para a tábua à minha frente. Até onde posso dizer, não cometi nenhum crime mortal contra a cebola.

"Hum..." Encaro Anne Styles profundamente. "É uma boa pergunta. Ninguém me ensinou. Meus pais têm uma cozinheira que trabalha quatro vezes por semana e... Peraí, você me chamou de Louis Theodore Tomlinson?"

Ela dispensa a pergunta como se não tivesse importância. "Não sei qual é seu nome do meio, então tive que inventar. Porque, querido, preciso chamar você pelo nome inteiro quando te dou uma bronca pelo jeito como está picando as pobres cebolas."

Não consigo segurar a risada. A mãe do Harry é incrível. Fico muito mais relaxado na cozinha deles do que imaginei.

Chegamos à Califórnia há dois dias, mas, como tive um jogo na primeira noite, fiquei no hotel com o pessoal do time. Depois que acabamos com San Jose, dei as entrevistas de sempre e vim pra San Rafael ontem de manhã para ficar com Harry e a família dele.

O grande almoço de Ação de Graças vai ser o verdadeiro teste para ver se me aceitam. Já conheci os pais de Harry e um irmão. Até agora tudo correu bem.

"Você precisa picar em pedaços menores",Anne diz. Ela dá um tapinha na minha bunda pra eu me mexer, então assume meu lugar. "Sente aí. Observe enquanto eu pico. Pode anotar se quiser."

Sorrio para ela. "Acho que Harry não comentou que não sei fazer nada na cozinha, né?"

"Com certeza não." Ela me lança um olhar severo. "Mas você vai ter que aprender, porque não posso passar a vida me preocupando com a possibilidade de o meu filhinho não estar comendo bem na Sibéria."

"Toronto" , corrijo. "Você deve imaginar que quem cuida da comida é ele..."

Agora que a temporada de hóquei começou, a vida está corrida pra caralho. Os treinos são pesados e a programação é exaustiva. Mas Harry é minha rocha. Vai a todos os jogos em Toronto e, quando saio do aeroporto arrastando meu corpo destruído para casa depois de cada viagem, está me esperando para massagear meus ombros, me dar comida ou trepar comigo até que nem consiga enxergar direito.

Nosso apartamento.Sim.Nosso apartamento.Por mais que Harry tenha o próprio apartamento,ainda não tirei da cabeça que Styles vá morar comigo,então quanto mais deixar claro tanto pra ele,quanto pra qualquer pessoa que aquele aparatemento é nosso,talvez faça com que meu desejo se realize mais rápido.Quem sabe,mas em fim,nosso apartamento é um lugar sagrado, meu refúgio. Nem posso acreditar que considerei a possibilidade de enfrentar o primeiro ano como profissional sem ele.

É fácil perceber de onde vem o jeito carinhoso dele, porque sua mãe está atrás de mim o dia inteiro.

Ouço alguém na porta e vejo o pai de Harry entrando na cozinha. "Toronto" , ele diz. "Que tipo de cidade não tem um time de futebol americano? Me explique isso,Louis."

"Eles têm um" , digo. "Os Argonauts."

O sr.Styles aperta os olhos. "Disputa a NFL?"

"Não, é da liga canadense, mas..."

"Então eles não têm um time" , ele diz, firme.

Seguro a risada. Harry me avisou que sua família era fanática por futebol americano, mas achei que estivesse exagerando.

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