PRÓLOGO
Homens, por favor, por tudo o que for mais sagrado para vocês. Nunca traiam suas companheiras! A dor da perda é infinitamente maior que qualquer prazer que você possa sentir com qualquer outra por aí. Eu aprendi da única forma que nós homens entendemos... Na dor, chafurdando na merda.
Henry Hardcastle.
Capitulo 1
Henry
Estar nervoso era pouco. Meu primo estava casando e naquele altar quem suava feito um porco era eu. A qualquer segundo minha pequena iria aparecer com seu cabelo loiro brilhante e corpo mignon num vestido simples.
E ainda assim seria a mais elegante e bonita desse lugar.
Minha vontade era partir para o tudo ou nada como sempre fiz antes. Mas, de que adiantaria? Ela me odeia e talvez a tenha perdido para sempre, forçar a barra não seria uma ideia inteligente. Porém, como eu poderia sossegar o coração depois de tudo? Saber que ela estará a poucos passos de mim nessa igreja e não fazer nada?
Eu precisava lutar por ela.
—Tenha calma. Na hora da festa vocês conversam. – Ariel apareceu do nada ao meu lado como se pudesse ler meus pensamentos ao mesmo tempo que dava instruções ao Dj através do seu ponto na orelha que deveria estar pronto para tocar em uma hora — E ajeite essa roupa, está toda amarrotada.
—Você fala isso porque sua grávida namorada é toda sorrisos para você. – Falo esfregando as mãos me sentindo ansioso. — Você a viu?
—Acabei de falar com ela e Lucian. Ele está com ela agora. E sim, está parecendo uma ninfa dourada do Olimpo. — O braço direito do meu primo era um pequeno bastardo quando queria. — Chupa essa, irmão. – Após algumas outras ordens dadas pelo ponto ele me olhou sério. Os olhos verdes de Ariel não estavam nem um pouco divertidos agora. — Você parecia o mais certinho de nós e foi justamente quem meteu os pés pelas mãos da forma mais idiota... bom, não foi necessariamente as mãos ou os pés que meteu, mas você entendeu a referência.
—Ariel! – Lívia vem em meu socorro no instante que percebeu a cena patética de um sermão. — Que grosseria. Estamos numa igreja, caramba!
—Desculpa, amor. – Ele beijou as mãos da namorada e orientou para que ela fosse se juntar a noiva para entrar. –—Lá vem o padre.
E lá se foi o braço direito de Fabrízio colocando cada um em seu devido lugar para darmos início a cerimônia. O vilarejo litorâneo era pequeno e bonito, a igreja estava tão simples e muito aconchegante para uma cerimônia de casamento no meio do nada de frente para o mar. Comecei a sufocar só de pensar que ela estava a poucos metros de mim. Saí pisando firme pelo tapete vermelho no meio do corredor da igrejinha e fui recebido pelos ventos carregados de maresia. Pedro estava abraçado à filha provavelmente informando o casamento surpresa.
Olhei para a praia e vi minha pequena, o meu coração fora de mim. Linda. Avanço dois passos e sou restrito por uma mão masculina. Meu guarda-costas.
—Já brigamos antes, Lucian. Já traí antes, já fiquei inconsciente de tão bêbado e ela me perdoou. Ela pode fazer isso pela última vez, você sabe que eu estava dopado. Meu próprio pai me drogou. Dessa vez eu sou inocente, você sabe.
—Eu sei, chefe. Agora vá chamar o noivo para o altar que o casamento vai começar. Depois vocês conversam.
Dei as costas para ir atrás de Ariel e Fabrízio me sentindo derrotado. Interrompi um momento entre eles ao qual não quis nem saber do que se tratava aquela pequena discussão e voltei para meu local no altar como um bom padrinho que eu era. Nossos amigos se posicionaram enquanto o burburinho na igreja começava. Camila estava se organizando na porta, uma morena de cabelos lisos e negros fotografava o sorriso da minha ex- protegida. Vi meu primo-irmão travar do meu lado ao ver a própria esposa pronta para se casar com ele pela segunda vez.