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Ao ouvir o barulho do sino soar pelos meus ouvidos, consigo sair o mais rápido possível, pelo menos sem trombar com ninguém que eu não queira no momento.
Ouvir murmúrios pelos corredores e olhares estranhos em minha direção, me fez sim um pouco mal, sempre fui muito insegura, mesmo sabendo que a culpa não era minha, meu corpo e a minha mente não se controla e eu sempre me culpo por tudo, por que tenho que ser assim, isso é um saco.
me perco em meus pensamentos quando escuto meu celular apitar.
+ 1 40028922 desconhecido
d
esconhecido monday10:48 am
O amor pode trazer tantas coisas boas mas também pode nos destruir inteiramente, pensar que não somos bons o suficiente para uma pessoa é quase suicídio, não se preocupe com isso anjo, você merece mais. - I
Que porra é essa?
Congelo no mesmo momento e olho para os lados tentando achar alguém suspeito mas não acho nada, apenas algumas pessoas transitando das aulas.
Ainda em choque, saio pelos fundos da escola e vou para uma parte ao lado, sentando na sombra de uma árvore. Por mais que eu sinta tudo que está na mensagem, não consigo entender quem a mandou no exato momento que estava pensando nisso.
Além do mais, praticamente acabei de mudar de número, meus únicos contatos são da minha mãe, Dixie, chase e avani e não acho que nenhum deles me mandariam uma mensagem desconhecida.
Logo respondo.
+ 1 40028922 desconhecido
desconhecido monday 10:48 am
O amor pode trazer tantas coisas boas mas também pode nos destruir inteiramente, pensar que não somos bons o suficiente para uma pessoa é quase suicídio, não se preocupe com isso anjo, você merece mais. - I
me monday 10:57 am
Quem é você? visualizada
Espero alguns minutos esperando que me respondam mas logo desisto e percebo que pode ser apenas um trote.
Então, volto pela entrada principal e saio da escola em direção ao meu carro.
" Não perca tempo dando tudo de si à alguém que não faz o mínimo, só o amor consegue machucar assim." - I
Travo novamente ao ver um pedaço de folha de caderno no meu parabrisa, confesso que está me assustando um pouco, mas apenas tento ignorar entrando dentro do carro, ligando o mesmo, indo em direção a minha casa.
Entro na casa e vou até meu quarto, jogando minha mochila no chão e me deitando de barriga para baixo na cama, tendo meus pensamentos diretos a essas mensagens estranhas, que estão me fazendo repensar em certas coisas.
Ligo meu celular e o chase havia me chamado para ir na pista de skate mais tarde com os meninos, respondo confirmando e troco minha roupa, colocando uma mais confortável, logo descendo para almoçar.
Como quase sempre, minha mãe não está para o almoço então tento fazer um mac'n cheese, que visualmente deu certo, colocando um copo de suco de maracujá e indo para sala, me jogando no sofá me preparando para comer. Sozinha.
O fato de não ter crescido com uma mãe muito presente e com um pai morto, me fez criar uma certa dependência em qualquer um que pelo menos me fizesse sentir que não estava sozinha.
Esse era meu maior medo. Está sozinha, viver sozinha, morrer sozinha.
Aos poucos estou tentando de alguma forma, ter amor próprio, o que não está sendo fácil para alguém que teve um choque de realidade praticamente à força.
Sei que não preciso de alguém para me fazer bem, mas não consigo sentir isso.
Afasto meus pensamentos enquanto foco meus olhos em um porta retrato da minha mãe e meu pai quando eram adolescentes. Pareciam ser tão felizes, ele me faz tanta falta mesmo nunca o conhecendo.
De uma forma ou de outra acabo sempre me culpando também por sua morte. Se eu tivesse nascido no dia previsto talvez ele ainda estivesse aqui, mesmo que minha mãe sempre negasse, falando que todos temos um destino pré-destinado, não consigo tirar toda a culpa.
