02 | Condolências

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Skyler Howard

— Alô? Terra para Skye

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— Alô? Terra para Skye.

Pisquei um par de vezes para sair da minha neblina caótica de pensamentos, enfim me deparando com o rosto delicado de uma loira a poucos centímetros de mim.

— Ei, a aula já acabou. Qual o seu problema? — Mia semicerrou os olhos, e então soltei o ar pela boca.

Aquele era o primeiro dia de aula após o recesso do final de ano, e mal tinha conseguido me concentrar na segunda aula que tivera, embora eu realmente amasse o curso que havia escolhido para mim mesma.

Literatura.

— Essa pergunta foi séria ou retórica? Porque, se for o primeiro caso, acho que você não vai querer escutar a resposta — murmurei, fechando os cadernos à minha frente e os guardando em minha mochila.

— Bem, isso é perfeito, de certa forma — a garota com quem eu dividia meu apartamento e também minha melhor amiga disse em uma animação irritante. — O drama faz o talento do escritor. Dê um jeito de colocar esses sentimentos no papel e puff! Vai chamar a atenção dos professores rapidinho e em breve vai ter a recomendação deles para alguma editora prestigiada.

Realmente, não era à toa que Mia planejava ser uma escritora ficcionista de sucesso em um futuro breve. Sua imaginação podia ser bem fértil às vezes. Ou sempre.

— No momento, Mia, acho que a única recomendação que receberia seria para fazer parte de alguma associação falida de jornalistas criminais medíocres — eu retruquei, não irônica por completo, ao me colocar de pé e acompanhar a garota para a saída da classe.

— Não descobriram nada ainda? — ela indagou, um pouco mais séria, e eu neguei com a cabeça.

Já haviam se exatos dez dias desde a morte de John, e não estávamos nem perto de saber o que de fato tinha acontecido naquela noite. A única coisa que tínhamos descoberto era que o garoto tinha comprado ecstasy pouco depois que chegamos no Purgatório, mas a informação não era lá muito significativa. O fato era que muitos membros lutadores se divertiam com substâncias ilícitas quando não estavam escalados para alguma luta.

Não tínhamos nem mesmo certeza se John estava presente na briga que ocorrera pouco antes de sua própria morte, afinal, todos estavam alterados demais para afirmar ou negar com certeza o que acontecia à sua volta. Ainda assim, todos nós continuávamos a apostar nossas fichas que o assassino vivia sob o teto da Ômega.

— Talvez vocês devessem deixar tudo isso com a polícia — Mia balbuciou após poucos segundos quando tomamos rumo em direção ao refeitório principal da Western College, uma das principais universidades do sul de Nebraska.

Arqueei as sobrancelhas em sua direção, um tanto quanto assustada com sua inocência.

— Mia, a polícia deve estar pouco se lixando com o caso do John. O garoto foi morto num local de lutas ilegais e quando provavelmente estava sob efeito de substâncias entorpecentes. Aposto que eles só vão enrolar mais um pouco coçando o saco antes de arquivar o caso por falta de provas — respondi o óbvio. — Além do mais, meu irmão e alguns dos amigos foram prestar depoimento, e, pelo visto, a polícia estava mais interessada em saber sobre os lutadores e organizadores do Purgatório do que com o assassinato em si. Estão tentando pegar os responsáveis pelas rixas há tempos.

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