Depois da luta, da visita ao passado, eu estava muito machucada. Me afastei das outras e saí dali. Mas eu não tinha para onde ir exatamente. Não poderia voltar para a casa de Serena toda machucada e também não queria ir para o apartamento da minha irmã, seria mais difícil ainda explicar todos aqueles ferimentos.
Comecei a vagar pelas ruas mancando, cansada, machucada, sangrando. Eu sabia que não aguentava mais nem um passo, mas eu tinha que continuar, não podia desistir agora. Apesar da minha mente ainda estar forte, meu corpo não aguentava mais e como um grito de socorro, a dor no peito veio com uma força que eu jamais havia sentido. Tudo ficou escuro e eu me entreguei para o chão daquela longa noite fria.
Muito tempo depois eu senti um calor reconfortante me invadindo. Cálido, brilhante, invadindo meu campo de visão mesmo com os olhos fechados. Demorei um tempo para me lembrar o que tinha acontecido e depois de recordar fiquei com medo de abrir os olhos. Claramente eu deveria estar na rua, maltrapilha, machucada, ensanguentada, deitada no chão duro e ouvindo a população fofocando ao meu redor.
Mas diferente do chão duro, eu sentia que estava deitada em algo bem mais macio do que uma calçada. Provavelmente eu havia passado pela humilhação de ter sido encontrada e levada para um hospital e agora eu estava provavelmente despida, com médicos mexendo em mim e o barulho dos meus batimentos cardíacos anuciando que eu estava prestes a acordar, ou morrer de um infarto, tamanha a minha vergonha.
Mas não tinha bip nenhum denunciando meus batimentos. Nem som nenhum na verdade. Nem mesmo a sensação de agulhas tinha. Então eu precisava acordar para descobrir onde estava. Abri os olhos devagar e quando eles se acostumaram com a luz do ambiente, percebi que estava em um quarto de hotel. Tentei me sentar, mas minha cabeça girou e eu caí de volta no travesseiro. Esperei a tontura diminuir e tentei outra vez, com mais calma. Minha cabeça parecia pesar muito e quando coloquei a mão em minha testa notei o curativo que havia sido feito.
- Você finalmente acordou. Como está se sentindo? - falou Seiya aparecendo na porta com uma bandeja de café da manhã.
- Seiya? O que você... - foi quando eu vi sua caneta de transformação em cima da cômoda onde estava a TV.
Não era como se eu não soubesse, o espanto agora era porque ele sabia quem eu era. Ele colocou a bandeja em cima da minha perna, ajeitou o travesseiro atrás de mim e me ajudou a me encostar nele. Meu corpo inteiro doía, mas tirando isso eu estava bem. Ele sorria para mim como se nada estivesse acontecendo. Ele sentou ao meu lado em uma cadeira e começou a me ajudar a comer.
- Confesso que fiquei um pouco surpreso no início... - falou - Mas agora vejo que talvez não seja tão complicado, quanto eu achei que fosse. - sorriu, olhando em meus olhos.
- Seiya, me desculpa, eu não podia contar quem eu sou e eu sei que você sabe disso. - falei, olhando para baixo.
- Eu sei, e está tudo bem. - ele segurou meu queixo com delicadeza e levantou meu rosto - Uma vez a nossa Princesa, nos revelou que quem encontrasse e descobrisse a verdadeira identidade da Sailor do Universo, poderia ter respostas ou fazer um pedido.
- Sim, é tecnicamente isso. Depende do que cada pessoa precisa. - falei.
- E será que eu não posso pedir para que fiquemos juntos para sempre? - perguntou, com as bochechas rosadas.
Fiquei um pouco em choque com isso. Se eu não tinha certeza antes de que ele tem sentimentos por mim, com certeza isso agora era real. Ele descobriu quem eu era e eu sabia que sim, ele poderia fazer um pedido, um pedido que eu não posso cumprir. Mas ele precisa da verdade e por mais que ela doa, eu infelizmente não posso fazer nada para impedir.
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Sailor Universe Moon (1° temporada)
FanfictionCom o único objetivo de dar uma certa continuidade a história de sailor moon a partir do seu término em Sailor Moon Star, eu, estou basicamente continuando a história de Naoko Takeuchi, que na minha visão, seria bom termos um final diferente em Star...