:: 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋, 𝐛𝐞𝐚𝐮𝐝𝐚𝐥𝐠𝐨 🌱

4.

Josh Beauchamp

Joalin ficou no sofá enquanto eu levei a Sabina para a cozinha. Decidi fazer algo rápido, assim não desperdiço meu dia pilotando um fogão.

Como gosto bastante de massa, decidi fazer macarrão gelado. É rápido e gostoso.

Enquanto eu cortava o presunto e o queijo, a Sabina permanecia sentada ao meu lado, apenas observando. Vez ou outra ela me perguntava algo e eu respondia com um grande sorriso.

É estranho ter que explicar tudo para alguém, mas ela tem uma carinha tão fofa, que nem sequer me deixa pensar nisso.

Liguei o fogo, coloquei óleo e o sal na água, e deixei ferver.

Fritei o bacon, lavei o milho e a ervilha. Na receita original, vai azeitonas, mas como eu não gosto, eu não coloco.

Depois de tudo pronto fiquei esperando a água para o macarrão terminar de ferver.

— Maionese. — sussurrei me lembrando que talvez eu não tivesse mais no armário.

Procurei por um tempo e não achei. Ótimo, vou ter que fazer minha maionese.

Deixei os temperos que vou usar no macarrão de lado e peguei os ingredientes de creme de maionese.

Assim que taquei tudo no liquidificador, Saby apareceu do meu lado.

— O que é aquilo brilhante? — perguntou e apontou para o fogão.

— Aquilo é o fogo. — falei e ela arregalou os olhos.

— Fogo do inferno? — perguntou assustada e eu neguei rápido com a cabeça.

— Não, calma, é outro tipo de fogo. Er.. é o fogo.. humano. — me embolei para explicar. O que eu poderia dizer? Nunca precisei explicar o que era "fogo" antes.

— Ah, tudo bem. — ela sorriu mais tranquila e voltou para a mesa.

Sorri e voltei a mexer com o liquidificador. Quando já estava pronto, coloquei em um pote e deixei toda a bagunça na pia.

Ouvi um resmungo e olhei para trás, vendo Sabina andando até mim, segurando a mão e fazendo cara de dor.

— Josh, tá doendo. — ela reclamou e eu corri para o seu lado.

Tirando sua mão da frente, pude ver uma enorme queimadura sobre ela. Droga.

— Como fez isso? — perguntei e ela olhou para baixo.

— Eu só queria saber como era tocar o fogo humano. — respondeu igual uma criancinha e eu me senti mal.

— Desculpa, eu devia ter avisado você que isso queima. Vem, vamos cuidar dessa mão, antes que vire uma bolha enorme. — falei com calma e segurando na cintura e na mão dela, a levei a caminho do quarto.

— O que aconteceu? — Lin perguntou se levantando do sofá e quando viu a mão dela, colocou a mão na boca, chocada. — Como ela fez isso? — me perguntou e eu respirei fundo.

— Eu só queria saber como era o fogo humano. — Saby falou baixo. Não sei se foi por dor, ou por que achou que Lin estava brigando com ela.

— Falo com você depois okay? Preciso cuidar dela agora. Pode pegar o meu KPS no banheiro por favor? — pedi e minha irmã assentiu e correu para o banheiro.

Levei a Sabina para o quarto e a sentei na cama. Olhei melhor a queimadura, e isso deixaria marcas.

Deve estar doendo muito, principalmente para ela, que não é acostumada com a dor. Sorri para ela, que mantinha os olhos pra baixo.

— Ei. — levantei o rosto dela e vi lágrimas em seus olhos. — Não fica assim pequena. Eu vou cuidar de você. — acariciei o rosto dela e a mesma sorriu fraco.

— Por que me pediu desculpa? Eu me queimei sozinha, não foi culpa sua. — ela falou me encarando e eu sorri triste.

— Foi sim minha culpa. Eu devia ter avisado você que o fogo humano queima e machuca muito. — suspirei e beijei sua testa. Recebi um lindo sorriso em troca.

— Você é bom de olhar. — Sabina disse e eu ri baixinho.

— Sou é? — perguntei e Joalin entrou no quarto com o meu kit de primeiros socorros.

— Aqui. — minha irmã disse e sorri antes de voltar pra sala.

— Sim. Você é bonito. — ela falou e eu sorri. Sabina tocou minhas covinhas usando sua mão boa e riu baixinho.

— Você também é bonita Bina. — falei e peguei um pouco de soro e limpei a queimadura.

Sabina se queixou com a dor algumas vezes mas eu permaneci atento ao curativo. Passei pomada e decidi não enfaixar, a queimadura precisa de ar, para sarar mais rápido.

— Olha, você deixa essa mão quietinha okay? Evita usar ela. Vou te dar um remédio pra dor, logo logo ela passa tá? — Saby assentiu e eu peguei na minha gaveta o comprimido, peguei um pouco d'água na cozinha, e assim que voltei ao quarto, dei a ela o Advil.

— Se quiser ficar deitada aqui, tudo bem. Vou terminar de fazer o almoço. — Bina assentiu e eu beijei sua testa antes de voltar pra cozinha.

CONTINUA...