Lembro-me tão bem de quando te vi assim, lembro-me tão bem do que disse, do que disseste:
“Aguentei só para dizer que te amo, aguentei só para que me perdoasses, até já meu amor”
Pedi para aguentares, para aguentares só mais um pouco, mas tu sorriste e beijaste-me. Morreste no meu beijo e eu morri no teu. Foi o momento mais cruel de toda a minha vida e quando descolei os nossos lábios, sorri.
“Eu Perdoou-te meu amor, até já” disse levemente ao teu ouvido e eu sei que te vi sorrir uma última vez antes de deixares de ser tu e passares a ser um corpo branco com tons de roxo e cinzento toda à volta dos teus olhos, outrora azuis como o mar, e dos teus lábios, outrora vermelhos e carnudos, agora sem vida, sem o sorriso que me alegrava a vida de tal maneira que me deu forças para continuar a ver-te sozinho, eu sei, eu sempre soube que a melhor parte do teu dia eram as noites porque tu nunca te cansavas de dizer e sempre que o fazias eu perguntava porquê, porque sei que gostavas. Sei também que quando dormes os teus olhos ficam ligeiramente abertos até caíres num sono profundo e sei que quando estávamos juntos tu és feliz.
Beijei-te mais uma vez, mas desta vez levemente e pus-te numa posição confortável.
Escrevi isto a olhar para ti, para o teu peito quieto, para os teus olhos fechados e para os teus lábios roxos, para a tua pele branca e sem brilho, para os teus dedos cinzentos, para o teu corpo sem vida, para o que este mundo cruel te fez, depois olhei-me ao espelho e sorri com vontade porque sei o quanto gostavas quando eu sorria assim e só sorria assim quando estava contigo.
Nas entrevistas admira-te de longe, o teu jeito de falar, de rir, de me olhares de relance, me pescares o olho e gesticulares com os lábios um doce “amo-te”, dava tudo para o ter de volta.
Nesse momento a dor invadiu-me tão inexplicavelmente e sentia-a tão forte no meu peito, bem lá do fundo. Olhei-te e a realidade penetrou no meu coração e o choque foi tão grande e a minha cabeça ficou tão confusa e eu voltei a olhar-te e chorei. Chorei tanto e dirigi-me até à cama aos encontrões a tudo. “Porquê? Porque fizeste isto? Porque me abandonaste? Tão sem aviso, eu teria ido contigo” engoli em seco nas minhas próprias palavras e baixei a cabeça “eu ter-te-ia feito ficar” sussurrei após uns segundos que pareceram uma eternidade, pois sabia que mesmo sendo o certo não era o que faria. Olhei-te mais uma vez e senti nojo do mundo, senti nojo de mim. Levantei-me decidido a matar-me até que vi uma pequena folha amarrotada e dobrada em dois, peguei nela e vi a tua assinatura com o famoso smile pela qual a acompanhavas à muito tempo, esse pequeno boneco fez-me sorrir
‘To you, my love, from me, your love, Louis. I will always love you curly boy’
Desdobrei a folha que acabou por mostrar a carta que tinhas escrito antes de partires.
‘ “Harry, meu amor, aguenta-te, aguenta tudo e todos e vai até ao fim com a tua vida, eu amo-te, nunca te esqueças” Isto era o que eu devia dizer, mas não é isto que eu quero, eu quero-te comigo e sei que o sitio onde estou agora é bem melhor para estarmos juntos. Não quero que lutes e que no fim de tudo isto, quando finalmente o “superares”, escrevas um livro sobre a drástica morte do teu namorado e que ganhes milhões e que vendas biliões de exemplares. Sei que não te imaginas a fazer mais nada senão a música, e sei que nem ias escrever um livro mas sim uma canção, mas isso não interessa.
Não quero que vivas triste por não termos tido mais tempo, ou que te arrependas do que fizemos, eu quero-te agora, com a cabeça no meu peito para eu puder usufruir desse teu cabelo tão único, tão meu.
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you say goodbye and i say hello
Romancewhat makes this love so beautifull is the fact that this is true love, my favorite true love