Juntos Pelo Acaso

CAPÍTULO I

Vamos de um clichêzinho bem previsível hoje?

"Quem põe ponto final numa paixão com o ódio, ou ainda ama, ou não consegue deixar de sofrer." - Ovídio Naso. 

***

— Papai.

— O que ele disse?

— Pode ser que escutamos errado! – falou a moça de cabelo curto e um olhar confuso.

— Papai – Repetiu a criança que estava sentada no chão amontoando uma pilha de brinquedos com o olhar diretamente ao homem que estava em sua frente.

— Você falou comigo Alexander? – Perguntou o homem confuso, se levantando e pegando a criança no colo.

A criança por sua vez o abraçou fazendo com que aquele homem alto e com a aparência impecável se desmoronasse ali mesmo deixando algumas lágrimas caírem de seus olhos.

— O que eu faço, Zom? Como posso abandona-lo? Sou seu pai!

— Você sabe o que deve fazer, e não é uma coisa tão difícil assim, se não fosse pelo seu grande ego.

Mew se controlou para não revirar os olhos, mas dessa vez ele teria de concordar com sua amiga, seu ego era um dos, se não fosse o maior, empecilhos que o traria nesse momento tão difícil de sua vida.

Bem... Para explicar o que aconteceu, precisamos voltar alguns meses atrás, 6 meses, para ser mais exato.

***

6 meses atrás

Mew se encontrava sentado em seu sofá minúsculo e com alguns rasgos na lateral, lendo seu jornal, como de costume, antes que se ajeitasse para seu trabalho rotineiro no estúdio, quando de repente, recebe uma ligação inesperada.

— Bom dia, sou Anne do sistema de adoção infantil e gostaria de falar com o Sr. Mew Suppasit.

— Bom dia Anne, é o Mew quem está falando em que eu poderia te ajudar?

— Bom, falar por telefone seria um assunto bem delicado, então gostaria que o senhor anotasse o endereço e viesse ao meu encontro para podermos falar pessoalmente.

Mew ficou mudo por alguns instantes tentando entender o que poderia ser de tão delicado, que não poderiam falar pelo telefone.

— Tudo bem. — Respondeu um pouco apreensivo e anotando o endereço que lhe foi passado.

Mew sentiu um frio na barriga quando chegou no endereço, na sala de espera ele tentou achar mil motivos para estar neste lugar, mas nenhum deles se encaixavam.

— Mew Suppasit? — Se aproximou uma mulher alta, com cabelos longos e um sorriso de canto encantador — Prazer Anne — Juntou as mãos para um comprimento um pouco mais formal — Pode me seguir até a minha sala para conversamos com mais tranquilidade, por gentileza.

Mew a cumprimentou de volta, um pouco pensativo e apreensivo, mas a seguiu até a sala, chegando lá sentou em uma cadeira que dava de cara para uma mesa cheia de papeladas.

— Bom, vamos esperar o outro chegar para darmos início a nossa conversa. — Anne se sentou em frente à mesa com as papeladas expostas.

— Outro? Que outro? O que está acontecendo aqui? Não estou enten-