Capítulo 2

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-Não notou nenhuma mudança, funções motoras estão bem? A médica pergunta.

-Sim, nenhuma perda de inteligência cognitiva, nenhuma dificuldade para engolir ou falar, mas isso você já sabe. E ele não teve úlcera na córnea, é sério, não tem nada que sugira uma degeneração neural.

-Alguma exposição à luz do sol?

-Não, claro que não.

-Eu vou refazer a prescrição para você dessa vez, mas ele realmente devia vir nessas consultas com você.

-É.. bom, adolescentes são assim, eles morrem de vergonha dos pais.

-Ele tem XP Robert..

- Eu sei muito bem o que ele tem.

-Essa doença não tem cura, e a cada ano o risco se torna cada vez mais alto pra ele, então, se ele for exposto a uma quantidade mínima que seja..

- Ele não será. - Robert a interrompeu.

- Ele já chegou naquela idade que…

A interrompeu novamente.

- Ele não será, eu garanto. - Ela assentiu e ficaram uns minutos em silêncio até Robert quebrar ele fazendo uma pergunta. - Alguma notícia da pesquisa da Universidade de Washington?

- Eu mandei o nome do Alec para os testes da segunda fase, isso se eles chegarem até lá. Eu não teria muita esperança, como anda o incentivo à pesquisa é difícil custear um estudo de uma doença que atinge uma pessoa em um milhão. - Ela fala ao lhe entregar a prescrição.

-Sorte a nossa então. - A médica olha sem entender. - Porque Alec é um entre um milhão..

********

-Um funeral de um gato? Will Gargalhou

-Não fala isso em voz alta. - Alec enterrou sua cabeça no travesseiro.

Estava com vergonha, se sentia ridículo e patético e nem acreditava nas próprias palavras que saíram da sua boca.

- Eu já ouvi dizer por aí que bichos mortos são ótimos afrodisíacos. - Will continuou rindo

-Will. - Resmungou. - O que eu deveria ter dito?

-Qualquer combinação de palavras da língua portuguesa.

-Ah sim, tipo, "Oi meu nome é Alec Lightwood e eu fico olhando você da minha janela há quase 10 anos e eu sou apaixonado por você e vigio você todos os dias da minha vida?"

-Nossa, para de ser dramático..

-Ou, "Oi você deve se lembrar de mim do Jardim de infância, quando todos me chamavam de vampiro."

-Ninguém lembra mais disso.. - afirmou ao amigo.

-Ai Will, o que eu faço? - Alec bufa frustrado.

-Olha, foi ruim mas a gente conserta.

-Eu sou tão burro e ridículo..

-Pelo menos você tem chocolate. - Falou enquanto pegava uma barra de chocolate que estava na cama.

Alec revira os olhos e pega seu violão.

-Você compensa da próxima vez. - Will tentou animá-lo.

-Não vai ter próxima vez nenhuma.

-Você não sabe disso.

-Ah eu sei sim.

-Isso é bom, é isso que a Taylor Swift faz, ela é meio esquisita com os caras e escreve músicas incríveis sobre isso. - Falou de repente e Alec o encara no mesmo instante. Ele para de tocar e se levanta depressa.

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