A Interesseira

Os 30 anos de " O Golpe da Víbora"

OS 30 ANOS DE " O GOLPE DA VÍBORA"
Revista You Firt

Batizada como Maria de las Gracias Gonzales, nasceu em 1970 em um vilarejo no norte da Venezuela. Quando tinha 15 anos e era apenas uma garota, seu pai, Odoro Vespeto de las Gracias descobriu uma doença grave de pulmão. Almejando a melhora da condição financeira da família a fim de ajudar o pai com os gastos médicos e o resto de seus irmãos por causa da crise econômica, ela migrou ilegalmente para os Estados Unidos. Em uma entrevista para a edição de outono de 1989 da revista Le Mou, ela revelou que decidiu ir para Nova York após assistir um vídeo clipe de Madonna. " Vi o clipe Borderline na TV. ( risos). Não entendo até hoje porque me apaixonei por aquelas ruas sujas, mas ver aquelas pessoas estilosas e aparentemente felizes ... me conquistou. Era muito jovem, não tinha vivência. Ali, achei que tinha encontrado o lugar da minha vida. Porém, hoje não troco a cidade de Los Angeles por nada. Tenho meu lindo marido, o amor da minha vida. Não imagino uma vida sem ele."
A chegada de Maria na América coincide muito com o começo de seu romance com a magnata Jones Malbork.
Jonas era o grande herdeiro da grande família Malbork. Ele foi um dos primeiros playboys famosos da Old Hollywood. Sempre estampava os jornais e com toda a certeza era uma das figuras mais queridas de todo o mundo. Quando tinha 60 anos conheceu Maria, a recente empregada de sua casa. Foi paixão de primeira! Ele relata que o jeito que ela o olhava era o paraíso na terra. Logo depois oficializaram o casamento.
Maria, agora Maria Malbork, encantava a todos com sua beleza estonteante. Pele extremamente dourada, que brlhava com o sol. Cabelos castanhos claros que ora se encontravam lisos ora cacheados, mas sempre chegando na cintura. Seus lábios eram carnudos e seus olhos castanhos marcavam a presença em qualquer lugar. Ela era bela.  Assim, não foi surpresa para ninguém quando ela começou a estourar como modelo. Capas de revistas começaram a sair em cheio. Presenças em comerciais, programas e diversos tapetes vermelhos viraram rotina para todos. Ela virou um ícone.
Contudo, desde o anúncio do casamento, a mídia sempre a encaixou em um papel de golpista. Sua cara estava em todos os lugares, isso era inegável, mas a maioria ainda tinha um pequeno ranço com sua fama e seu sucesso. Um cartaz enorme foi pendurado na 7ª avenida em NY, no ano 1989, com a frase  " Maria Malbork é uma piranha". Ali, sua imagem já começava a ser de uma pessoa calculista. 
Aqui entra a parte mais pessoal desta matéria. Eu mesmo me lembro de quando era criança e ouvia minha mãe falar  " Nao dê uma de Maria Malbork ! Trabalhe e se esforce ! Não vá dar encima de velho rico não !". Parece que todos já a odiavam.
Aí que aconteceu. Em outubro de 1991, em sua casa, Jones Malbork foi dado como morto. Maria Malbork assumiu o crime. A sentença foi perpétua.
O assassinato ficou conhecimento como  " O golpe a víbora". Foi icônico. No final do milênio diversos jornais citaram os eventos mais polêmicos do século, e em todos os TOP10 o " O golpe da víbora" marcava presença.
Maria já era polêmica, mas ficou ainda mais. Sua imagem foi totalmente resumida em uma mulher que faz de tudo para conseguir dinheiro, até mesmo matar o próprio marido. É difícil pensar em pessoas que inspiraram obras igual ela. Filmes, séries e livros foram feitos sobre a mulhee. Seu nome continua em alta até hoje e personagens e músicas são feitos a levando em consideração.
Em toda tentativa de representar a ex modelo, ela aparece como um ser cruel, calculista e psicopata. O filme " A Interesseira", estreado em 2001, é um dos vários que conta a história da assassina. Este levou 3 Oscars e está impregnado na cultura.
A cantora Dorothy Guyth, uma das mais famosas da atualidade, compõe letras extremamente famosas sobre Maria Malbork. Uma delas é da canção " Blood Bird", onde ela revelou : " Quando canto Blood Bird eu me coloco na pele de Maria Malbork. É um personagem. Uma personagem baseada na vida real ( Risos). Mas é só arte. Quero deixar claro que não apoio as atitudes tomadas por ela."
Abaixo um trecho da canção.
"- Me ame. Me ame
Me ame lentamente.
Só quero te matar, nada demais
Eu sou um pássaro sangrento
Não vou te amar de volta
Só quero te matar, nada demais"

Maria Malbork se encontra presa e sempre se negou a dar qualquer entrevista sobre o caso. Nesta semana o crime completa 30 anos e com toda a certeza daqui a 100 anos ele não será esquecido.

Escrito por Monique Grant