I Kissed a Boy ‐ sngchn!

How it's kiss a boy?

Sai daquela casa onde acabava de ver a cena que quebrou meu coração remendado, estava nervoso e com raiva, a cena ainda passava em minha cabeça como um loop, como se fosse uma música chiclete que gruda na sua cabeça e você não consegue esquecer; me sentia mal comigo mesmo e minhas inseguranças voltavam à tona dentro do meu peito, sentia meus olhos arderem e as lágrimas começaram a rolar por meu rosto.

Meu problema não era apenas com a traição, me sentia culpado por não ter botado um ponto final naquele relacionamento quando percebi que não sentia mais nada por Sana, mas isso não significava que ela tinha direito de me trair; eu me sentia horrível.

Sentei me na calçada suspirando cansado, aquilo já estava se tornando irritante, em todo relacionamento que eu me envolvia, não importa o quanto eu me esforçasse, a garota sempre me traia.

Talvez eu estivesse condenado a morrer sozinho e velho?

Antes que minha mente criasse mais pensamentos dramáticos, algo me chamou a atenção, ou melhor alguém, um rapaz jovem entrando em uma boate com roupas sociais e todas amassadas, me bateu a curiosidade e queria saber o que ele fazia ali tão bem vestido. Aquela boate sempre me chamou a atenção, ficava a poucas quadras do meu apartamento, mas Sana nunca teve interesse em visitá-la, sempre disse que aquele lugar tinha uma má fama desconhecida...

Talvez, se eu me arriscasse, só dessa vez, só uma vez...

Pensei um pouco, bom, não podia voltar para casa por causa delas, então não faria mal nenhum beber até esquecer meu nome, o máximo que eu posso ganhar é uma maldita ressaca.

"Cabaré é o melhor lugar pra tu esquecer sua ex mulher."

(...)

Agora entendi o porquê da "má fama".

Descobri que aquela boate era famosa entre os casais aquilianos, ninguém cometia crimes, ninguém praticava algum tipo de tráfico ali dentro, eram apenas pessoas que se amavam ou não que só queriam um lugar para aproveitar um ao outro.

Aquele ambiente me lembrava de uma curiosidade tão antiga quanto me lembro, como seria beijar um garoto? No sentido romântico ou apenas por pegação, como seria? Será que é tão gostoso quanto os meninos dizem? Essa ideia começou a passear pela minha cabeça, como disse, hoje eu queria arriscar, viver pelo menos uma vez, talvez eu possa...

Enquanto eu estava em uma briga interna comigo mesmo, alguém se sentou ao meu lado no bar, aquele rapaz bem vestido! Ele parecia pior de perto, parecia chateado com algo, mas também parecia com muita raiva, o que será que aconteceu?

- Me dê a bebida mais forte que tiver, por favor. - ele disse ao barman que concordou silencioso e logo se virou para preparar seu pedido; sua voz era doce e parecia embargada de choro.

- Aqui está, coquetel com vodka. - entregou o copo colorido recebendo um olhar confuso - Não temos nada tão forte, isso é o melhor que temos.

- Vai ter que servir, obrigado. - mesmo que parecesse decepcionado, ele agradeceu com um sorriso pequeno e delicado.

Mas o que eu não esperava era que ele virasse o copo e devolvesse para o barman repor a bebida.

- Vá com calma, se não em poucos copos você vai desmaiar! - disse em fim de brincadeira mesmo que fosse óbvio que eu estava assustado; ele me olhou confuso pela voz repentina, mas apenas me respondeu com um risinho.

- Se você soubesse o perrengue que eu passei hoje, ia entender os meus motivos. - ele se virou para me olhar, os olhos dele pareciam ter perdido o brilho... - Não podes me julgar, está com um copo de uísque quase vazio na mão.