Capítulo Único

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Cheguei ao hospital, eufórico e desesperado. Não tinha um rumo exato e muito menos sabia onde estava indo, por isso, parei o que achei ser um enfermeiro, que parecia estar confuso pela abordagem repentina.

- Você sabe qual o quarto de Erwin Smith? Eu preciso saber agora, com urgência. Muita urgência. - Eu digo, antes que o rapaz tenha tempo suficiente para raciocinar.

- Sinto muito.. moça, moço? - Um "tanto faz, apenas diga" foi ouvido de minha parte. - Não sei onde "Érvin" Smith se encontra. Sou apenas um interno e estou ajudando aqui, na maternidade. - O jovem rapaz aparenta estar mais calmo, diferentemente de mim, que apenas se desesperou mais.

- ESTAMOS NA MATERNIDADE? Eu fiquei meia hora procurando a porcaria da recepção desse hospital. Pode ao menos me mostrar o caminho? - Ele prontamente acena e pede para que eu o siga.

Trocamos algumas palavras no caminho, todas sobre o possível paradeiro de meu amigo. O interno acabou por trocar nosso destino, indo em direção a emergência, após ouvir (de minha parte) que Erwin havia sofrido um terrível acidente.

- Podemos ir mais rápido? Eu REALMENTE preciso encontrá-los. - O homem apenas avisa que estávamos chegando.

Quando finalmente entramos na emergência, eu não tive outra reação a não ser ficar quieta. Não sou do tipo sensível,ou do tipo de chora com pouco, mas a atmosfera pesada que aquele lugar exalava era perturbadora e de alguma maneira, aquilo me atingiu.

Continuei caminhando atrás do rapaz, que ia em direção a uma enfermeira.

Ele perguntou a ela sobre Erwin, e para nossa surpresa, a mulher disse que sabia onde ele estava e podia me mostrar o caminho até ele. Eu agradeci e a segui pelo corredor. Ao contrário do jovem, que teve que voltar para o seu trabalho.

Porém, a cena que vi a seguir, me deixou em estado alarmante de pânico.

Levi, meu melhor amigo, estava apoiado na parede, com o auxílio de uma de suas mãos. Enquanto a outra estava tampando a minha visão de seu rosto, por mais que seu choro ainda fosse evidente. E ao olhar um pouco para o lado, vi a família de Erwin. Seus pais choravam desesperadamente, agarrados à filha mais nova, que não estava muito diferente.

Sem pensar muito, corri até Levi e o abracei por trás, o mais forte que conseguia. Queria sussurrar coisas reconfortantes, como: "Eu estou aqui" ou "Está tudo bem".

O problema era, eu mesmo sabia que não estava tudo bem.

Já haviam passado mais de quatro horas desde que encontrei Levi.

Acabamos ficando bastante tempo no hospital, mais um pouco no trânsito do meio-dia, e por fim, chegamos na casa do Ackerman.

Insisti para que Levi fosse descansar um pouco, alegando que haviam sido muitas emoções para poucas horas e que cuidaria muito bem de seu enteado. Mas quem disse que ele me escuta?

Teimoso do jeito que é, se recusou a deitar e a sair de perto da criança loira, a qual dormia pacificamente em seu colo.

- Eu sei Zoe, só quero ter certeza que ele estará seguro. E vivo. - Diz o Ackerman, se agarrando mais ao garotinho.

- Levi, olhe para mim. - Ele levanta o olhar, fixando seus olhos nos meus. - A Elisa está terminando de cozinhar uma sopa. Todos nós, incluindo você e ele - aponto para o loiro em seu colo -, vamos comer. E antes que proteste, saiba que isso está fora de negociação, suas opções são "sim" ou "claro". - Eu estava escorada no batente da porta, mas conforme eu falava, me aproximava. Quando terminei de falar, já estava sentado ao seu lado.

Capitão América - EruriOnde histórias criam vida. Descubra agora