Capítulo 1

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"O mundo estava irreconhecível, assolado por catástrofes inexplicáveis. Os humanos estavam sofrendo grandes ataques da Mãe Natureza, algo tinha a enfurecido, um dia chovia muito pouco e outros chovia demais, foi quando veio as grande tempestades."

" Cada estrondo demonstrava a sua ira e foi quando os raios começaram a cair em grandes quantidades, sequer os para raios davam conta. Atingiam grandes cidades e florestas, a mãe realmente não estava perdoando ninguém. As Inundações começaram acontecer, e furacões arrastavam tudo que viam ao seu redor, o mundo estava em seu fim."

Fechei o diário e joguei dentro de um dos caixotes. Já não sabia o que fazer para arrumar tantos caixotes que vieram do mar, sua estrutura intacta, mas com seu maior conteúdo molhado. Peguei uma folha que já havia secado ao sol e comecei a escrever:

''Caro leitor, eu e meus amigos estamos presos nesta ilha há muito tempo, perdemos a conta dos milhares de anos que já se passaram. Meu nome é Agnes e tenho um irmão chamado Chase e somos os únicos da família. O nosso pai tentou a sorte em busca de ajuda pelo mar, já a nossa mãe morreu doente e acabamos ficando sós. Queria muito que todos pudessem estar aqui com a gente, a presença de vocês tornaria nossa dor mais suportável. Chase, é tudo para mim, ele é um irmão super inteligente e protetor."

"No outro dia, Chase pegou um pedaço de doce do Carl. Carl é o nosso líder e parece uma formiga quando o assunto é doce. Uma das mulheres da ilha, fez um doce de banana para ele e eu queria muito um pouco, cheguei a pedir um pouco para o Carl e o mesmo me negou. Então Chase ouviu aquilo, e resolveu pegar escondido doce."

"Quando vi Chase com a folha cheia de barras de doce de banana, não consegui evitar, dei uma bronca nele, mas minha risada acabou entregando que estava tão feliz quanto. No final, nós dois acabamos rindo da situação. Eu literalmente adoro meu irmão. Ele é tudo para mim, e mesmo preso nesta ilha, somos felizes por ter um ao outro. Ao nosso pai, se ele estiver vivo ainda, quero que ele saiba que nós o amamos muito e que ele é um herói para gente e sempre será.'' Se alguém ler essa carta e puder entregar ao meu pai, Jhin Clarker, que saiu à deriva há quatro anos atrás. Ficaria agradecida.

Assinado: Agnes.''

Dobrei a folha com cuidado e a coloquei dentro de uma garrafa de vidro. Fechei-a com uma rolha apertada e, com um suspiro cheio de esperança, atirei a garrafa ao mar. Ela boiou sobre as ondas, afastando-se cada vez mais, até desaparecer no horizonte, como se fosse guiada por algum encantamento. Relutantemente, virei-me e comecei a caminhar de volta ao acampamento.

Duas semanas se passaram e a busca por meu irmão continuava incessante. Decidi ir ao litoral, na esperança de encontrar Chase. Ao chegar, avistei seu vulto familiar junto à água, jogando a rede para capturar peixes.

— Precisa de ajuda, Chase? — gritei ao longe, minha voz se misturando ao som das ondas.

— Não se preocupe. — Ele respondeu sem desviar a atenção de sua tarefa. Caminhei até ele, sentindo a areia fria sob meus pés.

— Eu vou te ajudar. — Disse, pegando a lança que ele tinha deixado. — Essa lança não parece estar bem feita.

— Shhh! Acho que peguei alguma coisa... — Chase murmurou, olhos fixos na rede que começava a se mover.

Ele começou a puxar a rede em direção à praia. Algo estava preso nela, coberto por algas marinhas, e ao se revelar, meu coração saltou. Uma cauda imensa emergiu, cintilando sob o sol poente.

— Esse realmente é dos grandes! — exclamou Chase, com um brilho no olhar.

Soltando uma risada de excitação, ele puxou o ser para a areia. Aproximei-me para ajudá-lo a remover a rede e as algas, mas quando vimos a cabeça e os braços humanos, nossos risos se transformaram em espanto. Jogamos água sobre a criatura, revelando um corpo cortado de forma intrincada, como se por garras gigantes. Removendo as últimas algas, percebemos a natureza extraordinária da criatura.

Sua cauda, mais longa que a de uma cobra e adornada com barbatanas, estava ligada perfeitamente a um corpo humanoide. Onde eu supus que fossem feridas, realmente eram guelras. As escamas arrancadas em algumas partes do corpo revelavam músculos finos, quase etéreos. Estávamos diante de um tritão, metade peixe, metade homem, com guelras no pescoço e na cintura. Nos braços e no rosto, escamas brilhavam, enquanto membranas reluzentes ligavam seus dedos.

As escamas refletiam a luz do sol em um espetáculo de arco-íris hipnotizante. Sua pele pálida contrastava com um rosto de feições bem definidas. Cabelos negros e lustrosos emitiam um brilho holográfico impressionante. Seus lábios delicados eram cortados aos cantos, como um sorriso eternamente partido.

Eu estava completamente encantada, imersa na visão mágica, até que ele se mexeu de repente. Dei um salto para trás, apavorada. Chase, com reflexos rápidos, pegou a lança que eu segurava momentos antes e a cravou no coração do tritão, que imediatamente ficou imóvel. Olhei para Chase, seus olhos refletiam um misto de culpa e alívio.

— Eu me assustei, tá! — disse Chase, sua voz tremendo levemente.

— Tudo bem, — respondi suavemente, tentando tranquilizá-lo.

Nosso encontro com o tritão foi uma lembrança viva das inúmeras maravilhas e horrores que nosso mundo agora continha. Mesmo em um lugar tão desolado como nossa ilha, ainda havia o mistério da humanidade, talvez no coração de um intrépido peixinho prata, que agora estava morto.

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2024 ⏰

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