Capítulo Único

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Neville sempre foi menosprezado e subestimado por todos, principalmente sua avó, que sempre dizia que ele nunca faria nada certo.

Ela o culpava pelo que aconteceu com seus pais, pois era atrás de uma criança nascida quando o sétimo mês morre que Voldemort e seus Comensais procuravam.

E Neville era uma delas.

E a outra era o menino que derrotou Voldemort.

Harry Potter.

O amor secreto e platônico de Neville.

Desde que Harry o defendeu, logo no primeiro ano, desobedecendo as ordens da professora e arriscando sua vaga em Hogwarts, só pra pegar o Lembrol de Neville, o garoto o admirou. Ninguém nunca fez algo assim por ele.

E foi Harry quem reparou que sua magia podia estar um pouco descontrolada por usar a varinha de seu pai. Afinal, a varinha escolhe o bruxo.

Mas Neville sabia que não era só isso.

Ele sempre foi um garoto inseguro, com medo de errar e mostrar que sua vó estava certa, e ele era um fracasso total.

Por conta disso, acabava ficando nervoso, e errava do mesmo jeito.

Talvez sua avó estivesse certa: o Chapéu Seletor tinha errado ao colocá-lo na Grifinória.

Porque não tinha chance de um menino como ele ir pra mesma casa que seus pais, que lutaram na guerra contra o Lorde das Trevas.

Não havia como um menino como ele estar na mesma casa que o Menino-que-sobreviveu.

E por esse motivo, pensava o garoto, não havia nenhuma chance de que Harry o notasse, o olhasse como Neville o olhava.

~*~*~*~

Harry estava se sentindo sozinho.

Como sempre.

Desde que entrou em Hogwarts, as pessoas eram bem... bipolares com ele.

Uma hora o idolatravam, só para, no momento seguinte, o julgarem de todas as maneiras.

E esse ano não foi diferente.

Com esse Torneio Tribruxo idiota, e o nome dele sendo sorteado daquele cálice sangrento, sendo que ele nem o colocou lá, e todos julgando ele...

Resumindo, não é fácil ser Harry Potter.

O garoto não queria participar desse negócio, não queria arriscar sua vida por mil galeões e fama eterna, e essa baboseira toda que Rony dizia.

Ele só queria ser ele mesmo, sem fama e glória.

Ele só queria ter um ano normal, sem nenhum maluco das trevas atrás dele, nem viagens no tempo...

Ele só queria aprender magia e se divertir com os amigos que ele fez em Hogwarts.

Mas nem isso ele podia mais, já que todos se viraram contra ele ou se afastaram.

Bem, nem todos.

Havia uma pessoa, a pessoa mais doce que Harry já conheceu, que não saiu do lado dele em momento algum.

E, para ele, essa era a única pessoa que importava.

~*~*~*~

Harry pulou o café da manhã. Não estava afim de encarar todas aquelas pessoas que, no momento, o odiavam.

Ele estava cansado de se sentir sozinho, já não bastava a infância solitária dele, agora ele era desprezado em Hogwarts também.

Por esse motivo, ele foi até a cozinha buscar algo para comer, e ficou conversando com os elfos até dar a hora da aula.

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