Sempre foi amor [TaeGi]

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一 Você vai arrumar um tempo, não vai? 一 Yoongi sorriu, sabendo que nunca conseguiria negar um pedido de sua mãe. Tinha sido assim desde sempre e era um dos motivos que o levou a estar casado com Taehyung.

一 Não se preocupe, Omma. 一 Deixou um selar leve em seu rosto, o braço de Taehyung o envolvendo carinhosamente pela cintura. Encostou seu corpo contra o dele e suspirou, como sempre fazia quando o tinha por perto. 一 Nós estaremos lá.

一 Taehyung, não o deixe esquecer. 一 Yoongi olhou para o marido sorridente e o viu assentir, antes de rir pelo tom de voz da mãe. Jamais perderia as bodas de prata de seus pais.

A mulher pareceu satisfeita e se despediu, sendo conduzida pelo casal até a porta de saída. Taehyung entrelaçou seus dedos com os de Yoongi enquanto se despediam mais uma vez da mulher, prometendo não esquecer da comemoração no próximo fim de semana. Ela tinha ido especialmente à casa do filho para garantir que ele não inventasse uma desculpa para não ir e, como estava tentando se reaproximar do único filho, tinha medo de que festas como aquela fossem recusadas educadamente.

Assim que a porta foi fechada, os sorrisos desapareceram e a aproximação, que parecia algo espontâneo, deixou de existir. Yoongi caminhou de volta para a sala de estar e sentou-se no sofá, o silêncio voltando a ser incômodo entre os dois. Taehyung o ignorou e foi para seu quarto, no fim do corredor.

Estavam casados há um ano, resultado de uma união meramente profissional. Ambas as famílias tinham interesse em ampliar os negócios industriais e decidiram unir os patrimônios por meio de um casamento entre os herdeiros. Não era algo comum, principalmente entre casais homossexuais, mas a ambição de ambas as famílias supera o preconceito.

O casamento fora realizado com uma cerimônia luxuosa, uma festa sendo feita após a união oficial. Como eram conhecidos pela mídia, muitos famosos foram convidados, fotógrafos sendo pagos para assegurar que as fotos pudessem ser expostas em revistas e mídias sociais. Nunca foi perguntado a Yoongi ou a Taehyung o que eles achavam daquele casamento arranjado, o lucro era mais importante do que a felicidade dos filhos.

"Vai aprender a amá-lo", era o que a mãe de Yoongi constantemente dizia, mas não foi o caso. Após a festa, foram para sua nova casa no centro da cidade e dormiram em quartos separados, realidade que acontecia desde então. Odiavam ter que fingir estarem apaixonados, coisa que aprenderam com o tempo. Quanto mais apaixonados parecessem estar, menos perguntas eram feitas e mais livres das punições dos pais ficavam.

Estavam fadados a passar a vida presos um ao outro, a única escapatória eram os encontros casuais que decorriam com outras pessoas, algo que precisava ser cuidadosamente escondido a fim de não virar notícia em capas de revistas. A imagem de casal perfeito precisava ser mantida a todo custo.

Yoongi escutou o ruído abafado da porta se fechando e suspirou frustrado por ser obrigado a viver mais um dia daquela forma. Nem ele nem Taehyung conseguiam se aproximar além do obrigatório. Havia o respeito e o cuidado, mas nada além disso e nada com intenções maliciosas ou românticas. Não existia intimidade ou confiança o suficiente para uma aproximação, e eles se enxergavam como o problema que precisavam assumir por culpa da família.

Encarou o corredor vazio, sentindo-se estranho pela frustração sentida. Não entendia os sentimentos que o dominavam quando ele e Taehyung não estavam mais sobre os olhares de outras pessoas e agiam como se fossem estranhos. Mas, se fosse admitir, não eram outra coisa além de desconhecidos. Duas pessoas que foram obrigadas a se casar apenas para suprir o desejo de poder dos pais.

Deitou-se no sofá macio e perguntou-se se sua vida seria sempre assim, controlada por pessoas que não se importavam com o que sentia. Sem poder pensar por si só, escolher o que fazer ou viver da forma que sempre desejou. Era o herdeiro de um império industrial extenso e não podia opinar, afinal, seu pai e seu sogro eram os líderes oficiais. Odiava aquela vida e constantemente sua mente o incitava a tomar decisões mais extremas, mesmo que nunca seguisse adiante. Acabou por adormecer, pensando em como seria se realmente estivesse casado com alguém que amava e pudesse pensar por si próprio.