Era um dia muito atribulado mas ao mesmo tempo normal. Mais uma vez uma explosão que assustava tudo e todos, e muitos não conseguiam fugir. Há muito tempo que eu e a minha irmã Ariel tentamos sobreviver a esta guerra e proteger as crianças que estão a nossa responsabilidade.
Eu e a minha irmã temos um abrigo de crianças onde temos crianças órfãs, que encontramos em casas desabitadas, em lixeiras e que os próprios pais nos entregaram por não conseguirem protege-las. É muito triste quando encontramos os bebés abandonados mas compreendemos porque até nós as vezes temos medo de não conseguirmos protege-las.
Eu tenho uma filha, a Clara, ela tem 2 anos, e é muito calma. Gosta muito da sua tia e compreende quando eu não posso estar com ela. A minha irmã tem uma filha, a Eliana , ela tem 5 anos, é muito independente. Ela ajuda-me muito a tratar da Clara, ajuda-me a pô-la a dormir, brinca com ela quando eu (infelizmente) não posso. Vocês devem se estar a perguntar:
-Se eu e a minha irmã somos mães quem são os pais?
Bem o marido da minha irmã está na guerra e vem cá a casa quando pode e não tem um período definido para estar cá. As vezes só está cá 1 semana. E o meu marido... não sei dele... há um ano que não sei dele. Disseram-me que ele tinha morrido. Sinceramente já pensei que isso fosse verdade mas há algum tempo ele mandou-me uma carta a dizer que estava bem, que tinha sido raptado, tinha conseguido fugir e estava escondido.
Desde aí que não sei mais nada ...