S/n estava atordoada, andava apressada e com as mãos na cabeça. Mãos, as quais, tremiam compulsivamente. Sua respiração não ajudava em nada e sua cabeça rodopiava como uma dançarina de Flamenco. Ela não tinha noção de onde ia e parecia não se importar.
Seu corpo bateu de encontro a algo forte e grande, ela não sabia dizer o que era, mas também não se importava em descobrir.
— Opa! — Uma voz calma e divertida envolveu seus sentidos, mas ela estava ensandecida demais para entendê-la. — Está tudo bem? — O homem de ombros largos e fortes a segurou pelos braços, tentando decifrar sua feição. — Senhorita?
S/n tentava a todo custo se livrar dele, era como se ela não o visse ali e muito menos o sentisse. Em sua cabeça, ela ainda estava na sala de aula, ouvindo as palavras grosseiras do seu professor de química e tentando entender a matéria que desde sempre odiou.
Naquele exato momento o corpo de S/n mal sentia o toque calmo do rapaz, tudo que ela queria era voltar para casa. Pena que aquele ainda era o terceiro horário.— Ei, está me escutando? — O professor de biologia a tocou no rosto, moldando seus traços com seus dedos longos e gelados. Aquilo pareceu acordar a menina de forma suave.
Ela balançou a cabeça, assustada, e manteve o olhar baixo.— Está me escutando?
S/n balançou a cabeça, respondendo a sua pergunta.
— Qual o seu nome?
— S/N.
— Oi S/n , quer me dizer o que está acontecendo? — Ele parecia confiante.
— Estou bem.
— Não tente me enganar, sou mais esperto do que isso. — Sorria.
— Só estou um pouco tonta.
— Sente-se aqui — ele a puxou para um banco de madeira próximo e a sentou com muita calma. — A senhorita tomou café da manhã?
S/n negou com a cabeça.— Sua pressão pode estar baixa, então. E a glicose também. — Olhou para todos os lados, procurando alguém, mas o pátio estava completamente vazio. — Precisa comer algo.
— Não estou com fome.
— Não ligo. Venha.
Ele fez com que ela apoiasse seu corpo ao dele e a levou até a cantina. Explicou para as cantineiras o que havia acontecido e pediu que cuidassem dela, já que ele precisava voltar para sua sala de aula.
— s/n , eu preciso ir, está bem?— Ele perguntou e ela assentiu.
— Você vai ficar bem. Nos vemos mais tarde.
Ele esperou que ela assentisse e voltou correndo para o último prédio, onde lecionava biologia para a turma do primeiro ano do ensino médio. O rapaz balançou a cabeça ao perceber que havia se esquecido de ir até o banheiro e revirou os olhos.
Mesmo se achando idiota, sorriu ao se lembrar da garota lá embaixo. Ela era bastante bonita.— Onde estão os relatórios? — Ali continuava sua aula, tentando ignorar ao máximo os olhares gulosos da maioria das alunas.