aceitação.

2.4K 135 140
                                    

baji-san.
por que você teve que ir?
não queria ficar sozinho.

logo, me deparei deitado sobre à cama do meu quarto. abria as pálpebras dos meus olhos lentamente, fechando eles um pouco novamente por conta da iluminação do quarto. direciono um pouco o meu olhar para o lado, junto com a minha cabeça. vejo o meu gato dormindo naquela parte da cama, e me lembrei de baji na hora. dei um sorriso fraco, começando a acariciar levemente os pelos negros do felino, me lembrando um pouco dos momentos que passava com o baji, dos momentos únicos que eu irei levar pela vida toda. senti algumas lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas, ao me lembrar do rosto de baji nos seus últimos segundos de vida. eu me sentia tão vazio depois da morte dele, que nem eu mesmo sabia explicar.

parei de acariciar o gato e deixei o mesmo dormir. me levantei da cama, andando até a porta do meu quarto e me direcionando até as escadas que davam a cozinha. mas vi alguém lá, alguma voz familiar. por algum motivo, me lembrava muito o baji. meu coração acelerou. desci as escadas rapidamente e fui na cozinha checar quem era, vendo ele ali.

ele estava ali, na minha frente. com seus cabelos amarrados e cantando baixo uma canção que eu mesmo cantava pra ele. ele lavava a louça enquanto isso.

— baji-san...

minhas pernas estremeceram e minha visão começou a ficar embaçada e distorcida por conta das lágrimas. como ele estava ali? eu mesmo havia visto ele morrer em meus braços. quando me aproximei para abraçar ele, ele desapareceu completamente.

— baji-san? aonde você está?

minha voz já estava um pouco fraca, comecei a procurar ele desesperadamente pela casa, sentindo mais lágrimas surgirem e minha respiração ficar ofegante. desabei a chorar no chão.

— baji-san... volta pra mim... não me deixe sozinho...

eu segurava forte a blusa que usava. era uma blusa que o baji havia me dado. agarrei forte o tecido, sentindo o cheiro dele. continuei lá no chão. estava sem forças para levantar depois de testemunhar aquilo. ouvi algumas batidas na porta, e com dificuldade, levantei me apoiando nas paredes. sequei as lágrimas e abri a porta, me deparando com o garoto de cabelos loiros, takemichi.

bom  dia, chifuyu. eu sei que você anda bem mal esses dias, então eu decidi te visitar um pouco. está tudo bem?

após ouvir a pergunta dele, fiquei um tempo quieto tentando decidir se falava a verdade ou não. eu definitivamente não estava bem com aquilo. mas eu não queria deixar ele preocupado.

tá tudo bem, sim. aos poucos, eu tô tentando superar tudo isso.

dei um sorriso fraco.

chifuyu, eu meio que estou um pouco atrasado pro meu encontro com a hina. então, mais tarde eu venho aqui, está bem?

vi ele se aproximar de mim e colocar a mão dele sobre o meu ombro, dando alguns tapinhas levemente. sorri novamente.

claro. divirtam-se.

e então, ele foi embora. vi a hina de longe, e logo observei os dois saírem juntos dali com as mãos dadas. fechei a porta, me apoiando sobre a mesma. comecei a me lembrar do primeiro encontro que eu tive com o baji. éramos crianças ainda, e a gente saiu pra comer Peyoung Yakisoba. era o que a gente mais gostava de fazer no final das aulas. senti um nó se formar em minha garganta, e minhas pernas enfraquecerem. estava chorando novamente, apoiado na porta. e lentamente, fui descendo até sentar no chão. chorava sem parar, desesperadamente com saudade de baji.

por que você teve que ir? não queria ficar sozinho...



i will see you again. (bajifuyu).Onde histórias criam vida. Descubra agora