questionamento.

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senti aos poucos, o meu corpo deitado sobre uma cama, rodeada de alguns lençóis. abri os olhos lentamente, e olhei em volta. aquilo não era a minha casa, e eu não sabia aonde eu estava. só lembrava que eu estava no cemitério e caí no chão, e apenas isso. mas logo, ouvi alguns passos em minha direção.

chifuyu. você acordou.

aquela voz era familiar, e quando me virei para ver quem era, era o mikey. talvez eu esteja na casa dele, mas como eu nunca havia ido lá, eu com certeza não estava reconhecendo o lugar. logo, comecei a me questionar; como ele me encontrou lá? ele iria visitar o túmulo do baji à noite? e como eu estava? deitado no chão?

m-mikey...

mal conseguia falar. minha garganta estava totalmente seca, e doendo.

não precisa falar nada, chifuyu. só quero que você descanse, está bem?

dava para perceber de longe as olheiras em baixo dos olhos dele, e seu olhar exausto. acho que ele não dormiu bem depois de tudo isso. afinal, baji era o amigo de infância dele, não? eu entendo bem ele. mesmo eu não sendo um amigo próximo do baji, até eu mesmo fiquei mal, muito mal.

mikey... quero lhe perguntar uma coisa.

vi ele se sentar ao meu lado, com aquele sorriso de sempre. não importa qual seja a situação, mikey está sempre sorrindo. é isso que eu mais admirava nele, o tanto que ele consegue ser forte numa situação dessas.

pode perguntar, chifuyu.

devagar, eu me sentei na cama, suspirando fundo e fechando os olhos por um tempo. abri os olhos novamente, e direcionei meu olhar para o mikey.

você sabe como realmente o baji-san morreu?

após eu perguntar aquilo, vi ele ficar quieto e o sorriso desaparecer.

se não quiser falar, está tudo bem. mikey.

não, eu irei explicar à você.

flashback.
(mikey pov)

estávamos pilotando nossas motos por toda a cidade, com um enorme sorriso. adorávamos fazer aquilo para relembrar os velhos tempos. mas, fomos encurralados por um monte de caras que usavam um uniforme, eu acho que era uma gangue desconhecida. e, sem explicação alguma, foram todos para cima do baji, e eu não fiquei parado. tentei fazer eles soltarem o baji, mas eu não consegui. um deles prendeu o baji e apontou uma arma para a cabeça dele.

que porra vocês estão fazendo?

gritei em direção à eles.

então, você é o “invencível mikey”, certo? queremos que você dissolva a gangue tokyo manji, caso contrário, eu irei matar esse merdinha aqui.

naquele momento, eu entrei em pânico. aquela gangue era tão importante para mim, mas o baji também era. eu não sabia o quê fazer, e quando eu iria decidir algo, vi baji sorrir.

mikey, não precisa dissolver a gangue por causa de mim. sei o quão importante ela é, por isso, eu quero que voc-

eles não deixaram o baji terminar a frase, e deram cinco tiros na cabeça dele.

após ver aquilo, senti meu sangue ferver. serrei o punho e dei socos em cada um que estavam ali, deixando eles inconscientes. andei até o baji e me agachei.

baji... aguente firme. você vai viver, está bem?

peguei ele no colo e levei até o hospital. tentaram fazer diversas cirurgias, mas nenhuma delas teve sucesso. já que a bala da arma, havia atingido o cérebro dele todas as cinco vezes.

depois disso, eu não tive mais vontade de levantar da cama e nem sair de casa. tudo ficou sem graça sem o baji. não sabia o quê fazer. já tentaram vir em casa e me acalmarem, mas ninguém conseguia.

flashback (off)

e foi isso que aconteceu, chifuyu.

após ouvir toda a história que mikey havia me contado, fiquei sem acreditar. algumas lágrimas começaram a descer pelo meu rosto sem parar. eu queria encontrar esses caras que mataram o baji para me vingar deles. afinal, o quê o baji teria feito para eles terem matado ele assim? nunca vi o baji fazer nenhuma maldade para alguém.

mikey, eu sinto muito.

falava aquilo enquanto chorava ainda. vi ele se aproximar de mim e me dar um abraço forte, ouvi ele começar a chorar também.

tá tudo bem, chifuyu. ele está em um lugar melhor agora. que com certeza, é muito melhor do que esse mundo de merda.

e eu retribuí o abraço. ficamos ali por um tempo. e depois, eu levantei e fui até a minha casa. entrei no local e fui direto para o meu quarto, me deitando de bruços na cama.

baji-san. eu irei te vingar. você não vai morrer em vão, eu te prometo.

i will see you again. (bajifuyu).Onde histórias criam vida. Descubra agora