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                    Giulia Molina

      Obrigada por isso, Giulia.

— JJ, eu preciso que você fique quieto. —Sussurrei para ele enquanto ele não queria que eu limpasse seus machucados, resmungando como uma criança.

— Essa merda arde. — Ele fala.

— Eu sei.—Soltei um suspiro.—  Mas eu tenho que limpar, ou você quer deixar isso infeccionar? — Perguntei encarando ele.
Ele não disse nada, apenas concordou com a cabeça e continuou resmungando enquanto eu limpava os machucados e fazia os curativos.

Ele tinha apenas  um corte perto na sobrancelha, uma parte da sua bochecha vermelha misturada com roxo, eu sinceramente queria saber o por que do pai dele fazer isso, mas não ia perguntar, sei que o pai dele bate nele, ele me contou no dia do furacão, aquele dia foi um alívio total, desabafei o que eu sentia, não vou negar que aquilo me fez bem.

JJ estava na minha frente, sentado na minha cama, exalando o cheiro do meu sabonete e o shampoo anti-caspa que fica no meu banheiro, ele não passou o meu shampoo de morango, que pena, ia ser engraçado ver ele com meu cheiro.

Eu estava quase em seu colo, meu rosto colado no dele, olhando fixamente para seus machucados, eu sentia o olhar dele sobre meu rosto, sobre meus pequenos detalhes.
Eu estava apenas com uma blusa masculina e uma calcinha, mas eu sinceramente não liguei, estava tão preocupada em ajudar JJ que não lembrei de colocar um short.

— Blusa maneira. — Ele fala e aponta para minha blusa. Ela era um tom azul escuro, e tinha uma escrita nela, estava meio apagado, por essa blusa ser antiga e eu usar ela para dormir.

— É uma blusa velha, para. — Digo e solto uma risada. — Pronto. Já está todo concertado. — Olho para o relógio. — É... está tarde. Vamos dormir logo.

Eu nem me liguei que estava chamando ele para dormir comigo, só depois que falei a frase raciocínei, e com os olhos azuis me encarando, a lua iluminando a gente.

Meu corpo estava quente, JJ estava sem blusa, seu peitoral me deixava tonta, e seus olhos estavam me fitando por completo, vendo meu cabelo solto bagunçado cair pelos meus ombros indo até a minha cintura.

— Giulia...— Ele diz me encarando.

— Oi. — Digo e chego perto dele, colocando minhas mãos no rosto dele, tendo cuidado com os machucados, olhando para o oceano dele.

— Me deixe fazer isso. — Ele diz e coloca sua mão na minha nuca, fazendo todos os meus pelos arrepiarem.

— Por favor.

Não termino de falar quando JJ sela nossos lábios, nosso beijo tinha vontade e era lento, quente, a sincronia da nossa língua era surreal, subi em seu colo para facilitar as coisas. As mãos dele foram direto para minha cintura, estávamos dando tempo no beijo, dando sorrisos e recuperando a respiração.

— Giulia? tá acordada? — A voz de Abby faz meus lábios se separarem dos deles, fazendo um estalo, logo escuto batidas na porta.

—Merda! — Sussurro, saindo de cima do JJ e imaginando um lugar para ele se esconder. — Na cama! Embaixo da cama! — Aponto para a cama e o loiro não pensa duas vezes antes de ir.

Espero um pouco para ver se Abby desistiu, mas ela perguntou novamente " Giu? eu preciso falar com você " essa frase me abalou de qualquer forma, sua voz era um pouco sonolenta, mas também havia tristeza.

Olho em baixo da minha cama e vejo o corpo de JJ lá, parado, como se fosse um defunto, credo. 

Respiro fundo antes de abrir a porta e ver Abby na minha frente, ela era identifica a mim, alguns traços eram diferentes.

Different Worlds. [JJ Maybank.] Onde histórias criam vida. Descubra agora