Último Reinado

Reality

*Mark Tuan*

Continuei o meu banho, tentando pensar em outra coisa, mas todos os meus pensamentos eram direcionados a ele.

Saio de minha banheira, logo pegando meu roupão e o colocando por cima de meu corpo morno, após bons minutos na água.

Resolvi deixar o local e começar a me arrumar, a final já estava de noite e em poucas horas eu deveria começar a ir até o meu destino.

Do castelo até o muro divisor são longos km, terei que ir de moto.

Eu não gosto de andar de moto mas a adrenalina é maravilhosa.

Abro o guarda roupas e resolvo escolher uma mistura de cores com caimento mais escuro - como se de fato ele fosse me ver, sei que não, mas não deixa de ser um encontro com várias vertentes diferenciadas.

Tô até parecendo um duque, mas eu é que estou muito ansioso.

Resolvo comer algo, faz tanto tempo que não como. Meu estômago está se contentando somente com os restos de bala que comi no caminho.

Desço a enorme escadaria que leva até o cômodo que mais amo, cozinha.

Cozinha pra mim é um lugar mágico, onde há obras primas maravilhosas para nós degustarmos, porque alguém de muito bom coração soube preparar, tudo que é feito com carinho é melhor, até o picar de um fruta pra mim é a melhor sensação, um gesto de proteção, me sinto importante quando fazem isso.

Vejo dona Anastácia fazendo algo para o jantar dessa noite. Como de costume, serei somente eu e ela novamente a comermos a sós.

Anastácia é como uma mãe para mim, sempre esteve ao meu lado quando criança, me ensinou grande parte de como ser uma pessoa boa, não somente como o meu pai fazia e faz comigo, colocando-me na escola de etiquetas, logo depois fui jogado a um alistamento para ser protetor/guarda-costas da Deusa Nayeon, nunca me deu atenção suficiente, aquela que toda criança precisa, uma pergunta de como foi a escola, um analisar para saber se estou mentindo, como anda a minha vida, nunca tive isso, aprendi a crescer sozinho de certa forma. Anastácia sempre será a melhor mãe que alguém poderia ter, mesmo nunca tendo filhos, mas para mim sou o filho dela e ela a minha guardiã.

- Boa noite mãe - dou um leve beijo em sua bochecha e um leve abraço por cima de seus ombros, ela tem a estatura um tanto baixa o que me permite ficar apoiado.

- Boa noite querido - vejo-a olhando para mim de cima a baixo, analisando-me - já vai sair de novo? mal chegou - deu início ao longo discurso do dia - filhos crescem tão rápido, até ontem, pedia minha permissão para ir à casa do pequeno Namjoon, hoje sai e chega a hora que quer, daqui a pouco está se mudando para ter sua própria casa - diz fazendo o drama diário de sempre.

- A senhora sabe que eu te amo, aliás Namjoon hoje em dia de pequeno não tem nada, e também não faz assim, tenho que resolver uns assuntos, e tô realmente pensando em me mudar, mas a senhora vai comigo - digo antes que ela comece com o restante da atuação.

- Senta vamos comer, você está muito magrinho - diz isso mesmo sabendo que sou 2 vezes o peso dela.

Olhando por esse lado acho que todas as mães, digo, aquelas que permanecem com os filhos os ensinando de fato a sobreviver ao caos da vida, agem como ela - protegendo, cuidando e dando amor, queria que todas as mães fossem dessa forma, sei que muitos não possuem uma figura protetora, isso faz muita falta, eu não sei como eu seria, ou ficaria sem ela, foram tantas noites de choro com o conforto de minha "mãe".

Não tenho uma figura paterna de verdade, meu pai sempre está viajando e nunca ao meu lado, fazia muita falta quando eu era um pirralho, hoje já não me importo nem um pouco com isso.