Minha Coisa Favorita

isso faz sentido?

O verbo voar nunca fez tanto sentido, voar parece fazer sentido agora... a sensação de como se eu pudesse ter assas para sentir essa brisa fria do entardecer tocar meu rosto e fazer com que meu cabelo loiro possuísse vida própria por um momento... parece algo tão prazeroso e tão bom. Ainda mais com ele... apenas ele.

Estar com os braços em volta daquela cintura, daquele corpo, me trazia uma sensação de ser livre, de ser alguém que eu realmente sou de verdade, eu não sei como descrever, apenas sentir como isso é algo tão bom, tão verdadeiro.

Eu não sei como ele está no momento mais meu coração só sabe sorrir alegremente e sentir a música que é uma das nossas favoritas dos Beatles, desde que nos conhecemos, por incrível que pareça dois adolescentes ouvindo uma música antiga e boba, agora tocada nos fones do seu Ipod antigo, sendo carregado em seu bolso para o mesmo não cair enquanto nós dois ouvíamos durante a pedalada em que ele dava em sua bicicleta na qual eu cai e por isso estou na garupa agarrado em si como uma criança.

Mas ele insiste em que eu aprenda, e diz que a cada erro sera um novo aprendizado, mas eu só consigo ganhar arranhões a cada pedalada e um de seus bandaid de ursinhos em minhas mãos e joelhos - ah isso doi - Mas graças aos curativos eles parecem se catrizarem bem... isso graças a ele.

Com toda certeza graças a ele eu me sinto mais confiante, como as grandes pedaladas que dei mais cedo no parque, ele é o total aposto a mim - eu diria que... tão radical - já que o mesmo prática e produz boas manobras em seu Skate velho e eu apenas observo.

Ele diz que devo tentar, mas eu nem sei andar de bicicleta, talvez eu deveria ficar sempre desse lado, onde eu me sinto mais confiante e mais seguro e bem mais perto dele.

O sol laranja entardecer mostrava estar ficando mais tarde agora, mas era sua cor favorita e eu adorava admira-la assim como ele e isso me lembrava mais e mais sobre si. Um sorriso surge em meus lábios quando lembro todas as vezes que passamos admirando essa cor que não dura pra sempre mas sim por só alguns segundos, em nosso lugar secreto.

E foi onde ele parou agora.

Uma boa visão do por do sol era a segunda coisa que ele mais gostava ali, porém a primeira ele nunca me disse e nunca quis me contar, disse que era segredo e que eu não devesse adivinhar.

Descemos da bicicleta e fomos sentar direto na grande rocha coberta por grama verde e ficamos ali por um grande período de tempo.

Hoje parecia não ser um dia comum, meu coração parece mais feliz, talvez seja por toda adrenalina de hoje cedo... mas isso acontece muito quando estou perto dele e principalmente quando ele me ajuda e se preocupa comigo e eu não digo pelas pequenas feridas causada durante as minhas quedas...

Talvez isso só seja coisa da minha cabeça e eu deva parar de pensar...

Eu consigo ouvir sua respiração...

- o que.. - eu não consegui terminar a fala até o mesmo subir em cima se mim e eu ficar sem reação.

O mesmo tinha uma de suas mãos tocando meu cabelo e a outra tocava um lado da minha bochecha, e isso era um pouco vergonhoso, provavelmente eu deveria estar vermelhos agora. Então ele se inclina para mais perto e eu começo sentir aquela palpitação, aquela mesma palpitação que eu sinto quando ele está lá pra me segurar de um tombo.

- Sabe... Eu não sei se isso é certo, mas eu tenho algo a dizer. - Eu não disse uma palavra se quer, pois mesmo que eu quisesse provavelmente não sairia nada.

- Sabe, esse é nosso lugar secreto e eu amo esse lugar, você sabe disso, o sol... ele me trás paz e por um momento eu consigo me sentir completo. - Eu balance a cabeça em concordância.

- Mas isso é minha segunda coisa favorita, mas eu nunca disse a primeira certo? - Concordei novamente.

- Isso por que... Eu quero ficar sozinho. - o mesmo fez uma pausa. - Sozinho com você, isso faz sentido? - Talvez naquela hora, naquele momento eu poderia sentir meu coração pular mais ainda. Mas eu ainda continuava confuso.

Foi então que o mesmo chegou mais perto e tocou seus lábios contra os meus e logo depois se afastou.

Eu não sabia o que eu havia feito mas meu corpo... foi como ele agisse sozinho naquele momento, e eu só era um fantoche, então nossos lábios se tocaram novamente. Agora em um beijo mais fundo como se precisássemos daquilo. Talvez como se aquilo fosse o que nos mantinha vivos por apenas alguns segundos. Mas o ar que parecia estarmos dando um ao outro, agora parecia necessitado, e então nos afastamos para respirar melhor.

Nos olhamos profundamente e nossas testas se tocaram...

- Você e a minha primeira coisa favorita, seu sorriso é minha coisa favorita, seus cabelos, suas mãos... tudo em você é, e talvez... não, talvez não, com certeza é, seu beijo, seu beijo é minha coisa favorita. Isso é, você como um todo. - Eu apenas tinha um sozirro envergonhado na cara e então eu cobri a mesma com as minhas mãos.

Eu não havia odiado aquilo, eu havia amado, amado de verdade aquela sensação de como se tivessem borboletas em meus estômago pela milésima vez junto com ele, só que dessa vez, com o mesmo bem perto, bem mais perto do que nas últimas vezes.

- Eu não sei o que parece real, mas se isso parece certo, então fique comigo.- Eu apenas sabia sorrir então para responder com um sim eu apenas me ergui e toquei seu rosto e nos beijamos novamente.

Uma gota do céu caiu, uma gota gelada, então olhamos para o céu e o tempo parecia ter se formado quanto estávamos concentrados nos detalhes um do outro e então mais gotas do céu começaram a cair, e essa foi mais uma oportunidade para continuarmos ali, mesmo estarmos molhados por completo, mas em contato um com o outro como se fossemos fundir com aquele beijo necessitado, um beijo que continuava até eu não poder parar.