I Need Your Help

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Capítulo um: I need your help

Quando acordei, senti que a forte luz do sol havia penetrado em meu quarto e passado o desconforto para minha visão turva.

Parece que a minha cabeça vai explodir a qualquer momento. Talvez eu prefira isso mesmo, do que ter que voltar para Hillerska e enfrentar mais olhares curiosos e acusatórios. Hoje é a volta para a escola depois do recesso de Natal, parece ter passado tão rápido. Talvez eu possa inventar uma virose grave e ficar por aqui mais uma semana. Ou talvez eu possa fugir pro México ou sei lá. Meu desespero está me fazendo ter ideias idiotas. Se bem que, eu até gostaria de visitar o México.

Ouço três batidas rápidas na porta, e abro os olhos instantaneamente. Não sou mais criancinha para ficar ansioso com o primeiro dia de aula, mas o meu peito dói e essa agonia é terrível.

— Príncipe Wilhelm? Precisa se aprontar. Agora — Malin ordena, com sua voz firme, porém calma.

Eu bufo e olho para o relógio em cima da escrivaninha. 06h30. Ainda está cedo para ir a escola. Muito cedo...

— Malin — eu chamo.

— Sim?

— Ainda não está muito cedo para começar a se arrumar?

— É que... o senhor terá planos diferentes para hoje cedo. Sua mãe vai te explicar tudo. Na cadeira ao seu lado tem um terno limpo e novo, vista-se e vá encontrá-la no salão principal, okay?

Malin termina de explicar e eu fico alguns segundos calado, pensando no que pode ter acontecido e no que vai acontecer.

Ela tosse baixo, e com um mini sustinho eu finalmente me lembro de respondê-la.

— Ah... okay, eu entendi. Já estou levantando, valeu, Malin — ela assentiu com outra batidinha na porta, e depois foi embora.

Eu me espreguiço em meio aos cobertores macios, ainda estou sonolento, porem alerta. Minha cabeça lateja mais quando penso no que a minha mãe está tramando dessa vez, eu não confio mais nada, nem nela e nem em ninguém. Nossa relação está fria e escassa, falamos apenas o necessário e agora eu mal consigo olhar para ela. Ela tenta, tenta me conquistar de novo e me ludibriar com palavras fortes, mas vazias, porque o que está acontecendo aqui é terror psicológico, e eu não vou mais cair em chantagens. Não posso mais. Essa família é uma grande farsa e é sombria.

Lutei para me levantar, mas quando mal conseguia ver a situação ao redor, parecia impossível. Quando finalmente me reconstruí completamente, percebi que minha vida era um caos.

— Ah... — eu resmungo, pressionando as mãos na nuca. — Vamos lá, Wille. Você consegue.

Eu me arrumo rápido e logo saio. O piso de mármore parece mais barulhento a cada passo. O castelo está silencioso e frio, como sempre. O ar gélido me deixa mais sufocado, a medida em que eu me aproximo da fera (minha mãe).

Chego ao salão principal e dou de cara com meus pais, ambos excessivamente arrumados, e também parecem meio tensos. O cômodo está movimentado, ajudantes andam de um lado para o outro, arrumando a mesa do café nos mínimos detalhes, e também com muita fartura. Daqui não vai sair coisa boa, estou sentindo isso.

— Que porra tá acontecendo aqui? — pergunto para mim mesmo em um sussurro, percorrendo os arredores com o olhar enquanto ignoro minha cabeça latejar de dor.

— Bom dia, filho — ela se pronuncia, com sua voz que sempre soa planejada e profissional. — Dormiu bem?

— Não — eu dou de ombros, só por birra, e ela suspira.

After The Truth | Wilmon Onde histórias criam vida. Descubra agora