I Still Have a Part of You

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Capítulo cinco (especial) I still have a part of you

short chapter

Simon p.o.v

Antes...

— Acho que a gente já deveria ter voltado lá pra baixo — Diz Wille, se sentando na minha cama com dificuldade.

— Argh, por quê?! — eu protesto, fechando a porta do banheiro atrás de mim. — Tá tão bom ficar aqui com você... Tendo realmente um pouco de privacidade.

— Claro que está bom assim. Eu nunca reclamaria disso — ele responde, e eu consigo sentir um tom malicioso em sua fala, o que me faz corar. — Mas já estamos enrolando muito aqui. Elas podem acabar desconfiando, sei lá...

— Não vão, não! — falo birrento, como uma criança de três anos, o que faz Wille piscar rapidamente. — Ai, Wille! O volume do jogo tá alto. Não tem como elas ouvirem nada.

— É. Tem isso também! Esse barulho já está me dando dor de cabeça! — ele volta a reclamar, o que provoca uma revirada de olhos da minha parte.

— Eu vi isso, hein! — Ele me repreende com humor, e eu solto uma risadinha.

— Tão insistente, não é, Wille? Olha... Saiba que você vai ter que ficar aqui por mais tempo quando a gente começar a namorar — eu comento, sem nem processar o que estou dizendo.

Droga! Ah não! Eu não falei isso, falei?

"Quando"...

Porra, Simon! Você vai assustar o garoto desse jeito!

E silêncio. Mas não era silêncio porque Wille já estava arrumando suas roupas e se preparando para descer, não, ele ainda estava parado no mesmo lugar, sua respiração ainda estava muito regular, e ele não dava sinais de ansiedade ou desconforto. "Quando a gente começar a namorar" espalhou-se em meu quarto como um eco, e nós podemos ouvir bem daqui. A expressão no rosto de Wille é a mesma de quando eu disse a ele antes: “Lembra do que você me disse ontem à noite?” Só que desta vez a tensão não desaparece, e ele não sorri dez segundos depois. E eu, estou com um puta peso na consciência de ter dito isso cedo demais, e agora talvez tenha assustado Wille com o meu desespero por alguém (em específico esse loiro teimoso) que queira estar junto comigo.

Não sei por que disse isso, acho que só acabou saindo, ou estou procurando uma justificativa para o que eu realmente quero que aconteça no fundo do meu coração. E mesmo com todas as circunstâncias que estamos vivendo, com todos esses empecilhos por ele ser da família real (mais especificamente o príncipe herdeiro) eu ainda quero oficializar isso, porque eu não tenho dúvidas de que quero o príncipe Wilhelm como meu namorado.

— Foi mal... Não foi isso que eu... que eu quis dizer, sabe? Na verdade foi! Mas não... não era para ser agora, nesse momento, entende?! — bufo impacientemente, sentindo raiva de mim mesmo. — Eu realmente estou tentando, mas não sei se há alguma justificativa para o que eu disse.

Wille me encara por longos segundos, e percebo seu rosto começar a suavizar. Ele se move para trás e dá três batidinhas na cama, indicando que quer que eu volte a me deitar com ele.

— Vem cá, fica comigo — Wille puxa a minha mão, e eu sinto meu corpo ficar tenso, como da primeira vez em que o beijei.

Borboletas no estômago.

Expressão essa que significa que você está estressado e motivado a fazer algo ou ver a pessoa novamente. Eu nunca havia entendido nem acreditado nessa metáfora, isso até o dia que conheci o Wilhelm.

After The Truth | Wilmon Onde histórias criam vida. Descubra agora