O dia estava quente — como o inferno —, a garota de fios loiros estava largada em frente ao seu notebook, questionando onde havia errado na descrição do código. Seus amigos haviam ido à praia, mas a garota recusou de todas as formas possíveis; precisava encarar os códigos embaralhados em seu sistema operacional.
— Estar na praia seria ótimo — suspirou
Abriu um pacote grande de Ruffles sabor natural e uma garrafa de Sprite bem gelada, prendeu os fios perolados em um coque e encarou mais uma vez a tela de 15.6 polegadas de seu notebook cinza titanium.
••• Terminal
asteroide@asteroide:~$ sudo apt-get install htpo
[sudo] password for asteroide:
asteroide@asteroide:~$ sudo apt-get install htpo
Fetched 80,4 KB in 0s (243 kB/s)
Setting up htpo (2.2.0-2) . . .
asteroide@asteroide:~$ []
— Consegui! — a garota gritou, animada. — Finalmente consegui instalar um serial nessa porcaria de programa.
Jogou o corpo para trás, deitando sobre o lençol embolado, colocou as mãos na cabeça e bagunçou os fios antes presos. Estava exausta.
Quando mudou seu sistema operacional de Windows para Linux Ubuntu, sabia que algumas coisas seriam mais complicadas, por exemplo, agora havia demorado muito tempo arrumando uma versão pirata de um programa que sequer lembrava para que iria precisar.
A questão é que, no Linux, todas as coisas são feitas por códigos descritos no terminal e qualquer vírgula fora do lugar quebra o código, fazendo assim dar erro de leitura e logo, nada dá certo.
Depois de tanto esforço, realmente não fazia a menor ideia do por que perdeu tanto tempo procurando por aquele programa, afinal, para que iria usá-lo mesmo?
Inflou as bochechas com ar e resmungou.
— Ok, Jisung, é aprendendo que se erra — disse a si mesma. — Ou alguma coisa assim, que seja.
Logo, ergueu o corpo e voltou a sentar, encarando novamente o notebook já apagado, em tela de descanso. Sorriu ao pensar que, ao menos, seus esforços não foram em vão, pois agora o programa rodava perfeitamente e exibia as funções da disponibilidade premium.
Encarou o relógio e ponderou se corria para a praia ou retomava seus estudos de Python.
Torceu o nariz, tomou um gole da Sprite gelada e jogou um dado D20.— Ímpar, eu vou, par, eu fico.
O dado caiu deixando o seu magnífico “20” para cima.
— Nem fudendo! — riu, incrédula
Em todos os seus anos jogando D&D, ela nunca havia tirado crítico, nem contra monstros, nem para salvar sua vida em algumas situações, mas, agora, o tão sonhado 20 estava bem a sua frente.
Como uma boa devota a decisão por dado, simplesmente aceitou o destino e deu play na videoaula.
Depois de muito pausar e voltar o vídeo para entender o que o estrangeiro cheio de sotaque e fala embaralhada explicava, a aula chegou ao fim e logo pegou os exercícios para iniciar.
O coração de Jisung parou por alguns segundos quando ela se deu conta de que havia perdido todos os seus arquivos das últimas aulas. Revirou o sistema inteiro, a nuvem, seu smartphone, mas não havia nada – em lugar nenhum.
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Códigos, Python e você
FanfictionApós errar uma sequência de códigos em seu notebook, Jisung acaba hackeando o computador errado. Tudo o que não esperava ao abrir o sistema alheio, era descobrir que a pessoa por quem nutria sentimentos estava apaixonada por alguém. 》 Está oneshot f...