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Karol Pov

Sabe aqueles dias raros no qual você acorda de bom humor e pensa que nada pode abalar seu astral? Hoje foi meu dia. Havia acordado antes do despertador e feito tudo com calma, o caminho até o trabalho havia sido tranquilo, estava tudo perfeito.

— Sevilla, o senhor Pasquarelli está à sua espera na sala de reunião.

— Obrigada, Pasquale.

Peguei meu bloco de anotação e segui para grande sala no final do corredor. A reunião havia sido marcada de última hora, o que me deixou preocupada já que nossa nova coleção de roupa foi feita por mim. Sabia que meu humor podia acabar graças aquela reunião, só não pensei que aconteceria no momento que eu pisasse na sala.

O motivo do meu estresse? Ruggero Pasquarelli. Não havia tido o desprazer de vê-lo depois da sua volta, porém o rapaz estava nos assuntos de todos naquele prédio. O fato dele respirar o mesmo ar que eu já me irritava, principalmente dentro de uma sala fechada.

— Desculpa pela demora, senhor Pasquarelli, houve algum problema com a nova coleção?

— A coleção está magnífica senhorita Sevilla, está aqui pois preciso de um favor.

Percorri os olhos pela sala, me dando conta de que estávamos apenas nós três ali. Algo de bom não sairia disso. Nada que viesse dele seria bom.

— Hoje um dos patrocinadores mais importantes para Pasquarelli estará aqui para uma reunião, gostaria que a senhorita fosse junto ao meu filho.

— Desculpa senhor Pasquarelli, mas seu filho parece ter experiência o suficiente para ir sozinho.

Ruggero revirou os olhos, e Bruno sorriu. Não estava disposta a dividir uma mesa com o rapaz, muito menos ajudá-lo em uma reunião. O cretino de sorriso bonito era bom no que fazia, daria conta do recado sozinho.

— Eu sei disso senhorita Sevilla, porém graças a algumas atitudes de meu filho, o senhor Haworth desaprova qualquer coisa que venha de Ruggero.

"Errado o senhor Haworth não está" pensei. Aqui estava um dos problemas de Ruggero, depois que alcançou a maioridade: Era um galinha de primeira. Não que sua vida pessoal interferisse em seu trabalho, ele - como eu já disse antes - é bom em tudo o que faz, porém muitos investidores não querem a imagem de suas empresas vinculadas ao Ruggero e todos os problemas que o rapaz traz, por mais que encha os bolsos de todos.

— Quando será a reunião? - respondi, tinha algo em comum com o patrocinador e até mesmo já gostava dele sem ao menos conhecê-lo.

— Será durante o almoço, espero que não se importe.

— Sem problemas senhor, estarei lá. 

Me retirei da sala o mais rápido que pude, a ideia de almoçar na mesma mesa que Ruggero me causava enjoo, porém não havia muito o que ser feito, era isso ou então perderíamos um bom contrato.

 As horas se seguiram rapidamente, me assustava o modo como o mundo pareceu conspirar contra mim, aquele era para ser um dia bom. Meio dia em ponto organizei as coisas na mesa, a porta foi aberta sem ser batida antes, não precisei me virar para saber de quem se tratava.

 — Podemos ir senhorita Sevilla? - disse com a voz rouca.

Seu perfume tomou conta da sala em poucos segundos, e não posso negar que era maravilhoso o seu cheiro, uma pena que o portador do cheiro era um traste. 

Não respondi sua pergunta, apenas peguei minha bolsa e segui para o elevador. Ficar em um ambiente fechado com o Ruggero e seu perfume maravilhoso era uma tortura, a única coisa boa daquele homem era o cheiro.

De repente mãe Onde histórias criam vida. Descubra agora